Em declarações durante uma conferência de apresentação de resultados, o CEO da Ferrari, Luca Camilleri, garantiu que o futuro a médio prazo da marca passa pelos motores de combustão interna, abandonando assim qualquer sugestão de que estaria em curso um processo de transição para modelos 100% elétricos.
O italiano foi ainda mais longe ao admitir que não acredita, sequer, que a Ferrari “tenha 50% da sua gama [elétrica] no meu tempo de vida”, explicando, por outro lado, que os modelos elétricos poderão trazer “alguma poupança em termos de custos a longo prazo, à medida que as tecnologias das baterias melhoram, mas que não serão extravagantes”.
No que diz respeito ao modelo de neócio da marca, Camilleri revela que na Ferrari ainda se ‘respira’ saúde, com uma elevada procura apesar dos efeitos dos confinamentos anteriores em diversos pontos do mundo.
“A dinâmica chave do nosso modelo de negócio permanece extremamente forte”, referiu aos analistas, mas ressalvou que é preciso ter em atenção também os efeitos dos novos confinamentos que a Europa está a implementar, até porque muitos deles obrigam ao encerramento dos concessionários.
Porém, noutros países do mundo, como na China ou Estados Unidos da América, as vendas foram retomadas com força, o que permite a Camilleri olhar para o futuro da Ferrari com otimismo. A justificar essa ideia, os lucros provenientes de carros como os Monza SP1, SP2 ou o Omologata, edições limitadas de custo milionário que têm visto a sua procura aumentar. No total, no terceiro trimestre de 2020, a Ferrari obteve um lucro líquido de 888 milhões de euros, apenas 3% abaixo do mesmo período de 2019.