Civic Type R em risco? “A Honda precisa dessa imagem”

O anúncio de que a Honda irá acelerar o seu esforço na eletrificação para oferecer uma gama completa eletrificada criou, de imediato, a dúvida em relação à subsistência do Civic Type R no panorama futuro da marca nipónica. Mas, uma simples palavra deu esperança ao mais extremo dos Civic – ‘mainstream’, que em português não tem uma tradução exata, mas que pode ser entendida como ‘generalistas’.

Durante a sua apresentação no evento de revelação do Jazz, modelo híbrido de nova geração, Tom Gardner, Vice-Presidente da Honda Motor Europe, anunciou uma antecipação da estratégia de eletrificação que passou por ter toda a gama de veículos na Europa eletrificada. Mas, Gardner utilizou também a expressão ‘mainstream’, ou seja, os modelos mais generalistas, o que deixou em aberto a possibilidade de manter o Civic Type R na Europa por mais uns anos.

Mais tarde, em conferência para com um pequeno grupo de jornalistas, Gardner foi interrogado sobre esse mesmo tema, indicando que a marca “tem sido positivamente surpreendida pela forte receção que o Civic Type R teve, tem sido fenomenal. É um grande, grande carro e continua a ganhar comparativos e sabemos o quão importante isso é”.

Aprofundando a sua opinião, o vice-presidente sénior da Honda Europa clarificou que “hoje estamos a fazer um anúncio sobre os principais modelos [da marca], não estamos a fazer um anuncio sobre o Type R. Ainda é cedo, nenhuma decisão foi tomada, anunciámos sim que os pilares da marca serão eletrificados até 2022, estamos cientes da expectativas dos clientes, temos de lidar com isso. Mas hoje falamos do início da jornada com estes dois modelos, o Honda e e o Honda Jazz, também na versão Crosstar para alargar o apelo do Jazz”.

Mais concreto ainda foi Katsushi Inoue, principal responsável de Operações da Honda Europa (Chief Operating Officer), que explicou a sua visão para o lado desportivo da marca, adiantando que esse tem de permanecer.

“Falando do Civic Type R, sabemos que dá uma imagem desportiva e não podemos parar com ela. Temos de manter esse modelo. Mas ainda não resolvemos a questão da motorização, mas queremos mantê-lo. Vocês querem-no, certo?”, respondeu o executivo japonês.

O facto de se ter feito a distinção entre modelos generalistas e especiais, entenda-se, os menos comuns, poderá ser a chave para que modelos como o Civic Type R subsistam na Europa num cenário em que as metas de emissões poluentes ameaçam uma de duas possibilidades – ou a extinção dos modelos desportivos daquele género ou a sua eletrificação, havendo a possibilidade de o Civic passar a ter alguma espécie de eletrificação. Na nova geração, porém, que será produzida no Japão após o encerramento da atual geração em Swindon, haverá a possibilidade de ser adotada uma motorização eletrificada, potencialmente com mais uma variante do sistema lançado no CR-V Hybrid e transportado agora para o Jazz de nova geração.