A edição de 30 de julho de 1898 da revista Scientific American tinha um quadrado a falar das qualidades de um automóvel. Era o Winton, um carro produzido por uma nova marca, que dizia no anúncio que só custava meio cêntimo por milha e que era mais barato de manter que um cavalo. Também afirmava não ter maus cheiros, barulhos nem vibrações, e ter acabamentos elegantes. E o anúncio funcionou, tanto que um cliente, chamado Robert Allison, encomendou um depois de ler o anúncio na revista.
A Winton foi fundada em 1897, um ano depois do seu fundador, Alexander Winton, ter construído um protótipo. Até aí, o emigrante escocês nos Estados Unidos ganhava a vida a construir bicicletas. Os carros da Winton foram um sucesso imediato, com 100 unidades vendidas em 1899. Isto obrigou o dono da empresa a abrir o primeiro concessionário do mundo, e a criar o primeiro atrelado para transporte de automóveis. Num ano, chegou mesmo a ser o recordista de vendas para carros a gasolina nos Estados Unidos.
Para promover a superioridade dos seus carros, Winton participou em várias corridas de automóveis, e chegou até a perder uma prova em confronto direto com Henry Ford. Embora nenhum Winton vencesse uma prova importante, conquistou vários triunfos em eventos menores, inclusive um na praia de Daytona, com o campeão americano Barney Oldfield ao volante. Estes sucessos funcionaram tão bem como qualquer anúncio automóvel.
No entanto, após a Primeira Guerra Mundial, Winton deixou de inovar, devido à falta de interesse dos seus clientes, já envelhecidos, em automóveis modernos. Assim, deixou de construir automóveis em 1924, para se dedicar a motores Diesel para uso industrial, transportes marítimos e caminhos-de-ferro. A empresa foi renomeada Cleveland Diesel e comprada pela General Motors, que extinguiu esta divisão em 1962.
Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.