Durante a ocupação nazi, os veículos militares sairam das linhas de produção da Citroën com defeito, por ordem do presidente...
A Citroën está a comemorar 100 anos sobre a sua fundação. Há precisamente um século, André Citroën escrevia a primeira página da história de uma marca que se destacou sempre pela inovação e genialidade. O episódio que lhe trazemos hoje tem pouco que ver com automóveis do ‘double chevron’, mas é de génio…

Recuamos a 1940, quando a França foi ocupada pelos alemães. As grandes fábricas francesas como a Citroën foram transformadas em unidades de produção de equipamentos para as tropas nazis. Pierre-Jules Boulanger, presidente da marca do double-chevron na época, sabia que não podia evitar o contributo para o esforço de guerra alemão. Mas tinha um plano…
De acordo com o autor John Reynold, no livro «Citroën 2CV», mesmo quando a Citroën foi obrigada a produzir veículos militares para o inimigo, Boulanger recusou sempre sentar-se à mesa com alemães, Dr. Ferdinand Porsche incluído. O francês estava demasiado ocupado, a sabotar todo o processo de produção. Como? Marcando a vareta de medição de nível do óleo um pouco mais abaixo…
Segundo o escritor, baseado em relatos da época, o presidente da companhia teria sido muito claro com todos os seus operários, ordenando-lhes que trabalhassem… devagar. Mas não foi tudo. Pierre-Jules Boulanger também teve a ideia genial de alterar os marcadores de nível do óleo do motor, que continuariam a indicar que estariam corretos, quando na realidade estavam já muito baixos.

Pormenor simples, que fez toda a diferença nas manobras do ocupante. Os veículos militares saíam da linha de montagem em condições ótimas e acabavam por variar já no terreno, muitas vezes à mercê da Resistência, sem que os mecânicos alemães conseguissem descortinar porquê: Combustível ok; óleo ok…