M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
A crise petrolífera de 1973 levou a indústria automóvel de todo o mundo a ter que se reinventar, reduzindo o tamanho dos seus automóveis, ou baixando a potência dos seus motores. Na Europa, onde já existiam carros pequenos e com baixa potência, algumas marcas foram ainda mais longe, como a Zagato, que experimentou convencer o público italiano a aderir ao carro elétrico.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A Zagato sempre foi mais conhecida como uma casa de design, ora fazendo desenhos originais para novos automóveis, ora criando versões especiais com novas carroçarias. Geralmente, trabalhava com marcas italianas como a Alfa Romeo, Fiat ou Lancia, mas também ficou conhecida com as suas criações para a marca Aston Martin. Ocasionalmente, também procurava vender diretamente automóveis, e o Zagato Zele, o seu veículo elétrico, foi uma dessas propostas.

O Zagato Zele foi um veículo elétrico construído brevemente, entre 1974 e 1976, quando os preços do petróleo já tinham estabilizado. A marca italiana construiu 500 unidades, algumas das quais foram exportadas para os Estados Unidos, onde foi vendido com o nome Elcar (onde era adversário do Citicar). As versões eram conhecidas como Zele 1000, Zele 1500 ou Zele 2000, o que, sendo um carro elétrico, não tinha nada a ver com cilindrada, nem com performance equivalente, mas sim com a potência em watts. Ou seja, a variante mais potente não tinha mais que 2,7 cv. Tendo em conta que usava alguns componentes da Fiat, ficava muito aquém do seu rival mais próximo, o Fiat 126, cujo motor de 650 cc debitava 24 cv.

O Zele foi uma resposta algo intempestiva à crise petrolífera, e a tecnologia ainda não permitia fazer bons carros elétricos. Este veículo tinha apenas 2,13 metros de comprimento e espaço para o condutor e um passageiro. O volante tinha a coluna de direção visível do habitáculo, e só tinha entre quatro e oito baterias de 12 volts para dar potência ao pequeno motor, mas peso menos o carro pesava menos de meia tonelada em vazio. Tinha uma autonomia de 80 km e a velocidade estava limitada a 40 km/h, mas pelo menos não precisava de adaptadores, pois já tinha uma ficha montada no para-choques traseiro, que permitia ligar diretamente a uma tomada caseira de 220 volts.

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