Imagine que tinha um velhinho Renault 5 TL, com um 1.1 de 47 cv, mas que queria transformá-lo num desportivo, e colocava-lhe o motor do 5 GT Turbo, com 120 cv. Ou que este não chegava, e preferia usar o 2.0 do Clio Williams, com 150 cv, ou melhor ainda, do 21 Turbo, com 175. Só que na Europa não pode. Ou melhor, pode, mas é complicado. Na América, é muito mais fácil, e até existe uma indústria dedicada a vender motores completos para indústria caseira. Chamam-se “crate engines”, porque são transportados, completos, dentro de um caixote, para serem instalados na garagem, pelo próprio cliente ou por um mecânico especializado.
O Hellephant é derivado do Dodge Challenger de 1968, mas o motor é 50 anos mais novo. Construído pela Mopar, divisão de peças da Fiat Chrysler Automobiles, oficialmente tem o nome 426 Supercharged Crate Hemi, ou seja, é derivado dos motores Hemi encontrados nas versões SRT, Hellcat e Demon dos atuais Dodge Charger e Challenger, mas com a cilindrada aumentada de 6200 par 7000 cc, e equipado com um compressor mecânico de grandes dimensões, nova bomba de água, novo volante do motor, nova cárter de óleo e novos injetores, garantindo mais de 1000 cv de potência.
Além do motor, a instalação inclui uma nova centralina, cablagens, suportes para o chassis, pedal do acelerador, sensores de oxigénio e temperatura, bomba de combustível e interface para a eletrónica. Quando tudo estivera montado, pode ficar com um automóvel com mais do dobro da potência original, um total de 1014 cv de potência e 1288 Nm de binário, deixando pronto para queimar a borracha dos pneus quando arrancar a fundo.
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