Harry Phillips, o vendedor da George G.R. Parsons Ford, conta que foi a venda mais fácil que fez. Quando o Mustang chegou, ficou em exposição à beira da estrada e eram várias as pessoas que paravam para ver a novidade, pois era algo revolucionário para a época. Estava pintado na cor Wimbledon White, com o interior preto e era descapotável, o que chamou a atenção do piloto Capitão Stanley Tucker, que mal viu o automóvel disse que o queria, sendo vendido por 4.300 dólares canadianos no dia 14 de Abril de 1964, antes mesmo do lançamento do Mustang, que iria acontecer no dia 17. Mas Tucker acordou com o stand que ficaria em exposição durante algumas semanas, mas ia vê-lo todos os dias. Obviamente que o piloto de aviões não sabia que estava a comprar o primeiro Mustang.
Como já foi dito acima, sendo um modelo de pré-produção, deveria ter sido devolvido à Ford, isto porque, este tipo de modelos não são automóveis finalizados e prontos para venda, pois têm alguns defeitos, por vezes faltam peças, qualidade de acabamento e servem para testar a operacionalidade da fábrica.
A Ford esteve dois anos em negociações com Tucker para reaver o primeiro Mustang produzido e em troca deu um Mustang de 1966 com todos os equipamentos possíveis, sendo este o Mustang um milhão. Nesta altura, já o Mustang tinha percorrido 10.000 milhas, mas estava em muito bom estado geral. Após voltar para a Ford, esteve guardado uns anos, até ser colocado em exposição no Henry Ford Museum, em 1984.
Harry vendeu automóveis até 1995, ano em que se reformou, e nunca mais viu de novo aquele Mustang que tinha vendido em 1964. Até Setembro deste ano, quando a sua neta, Stephanie Mealey, lançou a campanha “Send Harry to Henry”. Assim, Phillips viajou até Michigan, com a sua filha e a sua neta, para uma viagem VIP pelo museu e pela fábrica Rouge, onde eram produzidos os Mustang. E assim se deu o reencontro entre o Mustang e Harry, que recordou o momento em que o vendeu, em 1964, além de se ter deslumbrado com todos os Ford clássicos presentes.