M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Transportes públicos gratuitos são uma ideia que ainda está pouco desenvolvida. Embora tenha o potencial para eliminar os engarrafamentos de trânsito e reduzir a concentração de poluição atmosférica nas cidades, também poderá representar um custo adicional para os contribuintes que poderão não usufruir da nova funcionalidade. Mesmo assim, é uma ideia com mérito, que tem sido testada, e que agora finalmente vai tornar-se realidade, com o Luxemburgo a tornar-se o primeiro país do mundo a oferecer transportes públicos gratuitos para toda a população.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A Estónia já tinha introduzido autocarros gratuitos na sua capital este ano, mas esta é a primeira vez que se vai experimentar oferecer este serviço em todos os transportes e num país inteiro. Dadas as dimensões do país, com apenas 2590 quilómetros quadrados, será mais fácil de implementar do que seria em Portugal. A motivação para convencer a população a deixar o carro em casa e em usar o transporte público é a quantidade elevada de pessoas que viajam diariamente para a Cidade do Luxemburgo para trabalhar. Mais de 400 mil pessoas trabalham na cidade, que tem apenas 110 mil habitantes, sobrecarregando as suas ruas e levando a que cada habitante passe cerca de 33 horas por ano preso num congestionamento.

Esta medida vai entrar em vigor em 2020, com abolição dos bilhetes para autocarros e comboios. No entanto, a autoridade local de trânsito ainda está a estudar como vai diferenciar os utilizadores de comboio de classe turística dos de primeira classe. O Luxemburgo já tinha feito experiências com transportes públicos gratuitos, permitindo a que qualquer menor de 20 anos utilizasse os autocarros de graça, e já existiam shuttles gratuitos que qualquer estudante podia requisitar para ir diretamente da casa para a escola e vice-versa. As viagens de transporte já tinham custo reduzido, com preços de dois euros para viajar a qualquer lugar do país.