M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Camiões e comboios são uma maneira eficiente de transportar bens e mercadorias em terra firme, mas não deixam de emitir gases e partículas que são prejudiciais para o ambiente e para a saúde humana. Embora o combate às alterações climatéricas incida primariamente nos gases que causam o efeito de estufa, partículas emitidas pela queima de gasóleo em motores Diesel têm um efeito menor sobre o ambiente, mas podem causar graves doenças respiratórias em seres humanos, pois ficam na baixa atmosfera, a níveis próximos da superfície.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Para estudar como o transporte terrestre de mercadorias pode afetar negativamente o ambiente local e a saúde humana, um grupo de investigadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, criou um modelo para prever as consequências das emissões poluentes de gases e partículas até 2050. Para isso, foi necessário analisar a consequência do aumento populacional, que necessita de mais bens transportados de cidade para cidade e, como resultado, de mais veículos de transporte a circular dentro das áreas metropolitanas.

Como o transporte por camião é mais eficiente em curtas distâncias que longas, o estudo revelou que um imposto sobre carbono aplicado a camiões poderia retirar mais camiões da estrada e substituir estes transportes por comboios. Isto poderia reduzir as emissões de gases de efeito de estufa em 24 por cento. Nas cidades, onde os camiões são necessários para viajarem de ponto para ponto, mais manutenção obrigatória dos veículos seria suficiente para reduzir a mortalidade causada por emissões de partículas em 33 por cento até 2050.

O estudo também aponta para a necessidade de aumentar a densidade populacional nas cidades, reduzindo a atividade dos veículos de transporte. Embora mais pessoas estejam expostas a partículas neste modelo, existiria uma ligeira melhoria das condições de saúde para a população. Legislação mais ecológica não é suficiente para conseguir estes ganhos, sendo necessário criar novos modelos de infraestrutura que permitam às empresas do setor substituir rapidamente o paradigma atual de transporte de mercadorias.