Será um dos efeitos mais rapidamente visíveis da invasão da Rússia à Ucrânia e das sanções daí decorrentes: o custo da energia e dos combustíveis vai aumentar consideravelmente ao longo dos próximos tempos, com a escalada do preço do petróleo nos mercados internacionais a dar já uma boa ideia quanto ao que se pode esperar.

Desde 2014 que a cotação do barril de Brent, que serve de referência para o mercado europeu, não atingia valores tão elevados. Na sequência do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, a cotação chegou a superar os 100 dólares por barril na quinta-feira, o que terá efeitos práticos no momento de abastecer ao longo das próximas semanas.

Sendo uma das maiores exportadoras mundiais de petróleo, a Rússia será afetada seriamente pela escalada nas sanções económicas e financeiras impostas por diversos países, como os Estados Unidos da América, ou pelo bloco da União Europeia, embora essas penalização ao mercado russo tenham também repercussões naqueles que penalizam.

Para já, ainda sem valores definidos, é de prever um aumento significativo do preço dos combustíveis para venda ao público, embora o Ministério do Ambiente e da Ação Climática tenha ontem emitido uma nota na qual dá conta de que “não se anteveem problemas de abastecimento, dado que Portugal não importa crude da Rússia desde o ano 2020”.

Ainda assim, tal não invalida que o preço dos combustíveis aumente tendo em conta as cotações dos mercados internacionais, havendo quem espere a escalada significativa para lá dos dois euros por cada litro – tanto na gasolina, como no gasóleo.

Alguns analistas apontaram já para a importância, por parte do Governo português, de reduzir temporariamente o peso dos impostos no preço dos combustíveis por forma a tentar minimizar o impacto do aumento. Sendo uma decisão puramente política, resta saber se o executivo estará na disposição de baixar os impostos sobre os produtos petrolíferos que, como se sabe, compõem a maior fatia do preço de venda ao público.

Biden avisa para não se aproveitar momento de “dor”

Sobre a mesma temática, na sua declaração oficial para anunciar mais sanções à Rússia, Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) declarou que um dos seus principais objetivos é que a escalada dos preços dos combustíveis não se reflita enormemente sobre os cidadãos.

“A minha administração está a usar todas as ferramentas à sua disposição para proteger as famílias americanas e os negócios da subida dos preços na bomba de combustível. Estamos a tomar passos ativos para reduzir o custo e as companhias de combustível e de gás não devem explorar este momento para aumentar os preços e incrementar os lucros”, afirmou Biden quanto a este assunto.

Assegurando que os EUA estão preparados para libertar mais barris à medida que as condições piorarem como forma de contrariar a eventual subida de preços, o Presidente americano garantiu que fará “tudo ao seu alcance para limitar a dor dos americanos na bomba de combustível”.