Com Putin a ser fortemente criticado por uma grande parte dos líderes ocidentais devido à invasão da Rússia à Ucrânia, que provocou milhões de deslocados e está ainda longe do seu final, Bernie Ecclestone aproveitou uma entrevista ao programa britânico ‘Good Morning Britain’, da estação ITV, para voltar a demonstrar a sua amizade com o Presidente russo, considerando que Putin “é uma pessoa de alto nível”.
Antes, já em 2019, Ecclestone afirmou algo do mesmo género, mas a guerra iniciada a 24 de fevereiro deste ano em nada alterou a perceção do ex-responsável máximo da Fórmula 1. Perante as interjeições interrogativas da apresentadora, Kate Garraway, Ecclestone afirmou que “continuaria disposto a receber uma bala por ele. Preferia que não doesse, mas mesmo assim estaria disposto a levar um tiro por ele, porque é uma pessoa de alto nível e está a fazer algo que era o mais correto pela Rússia”.
Acrescentando que o russo tem um perfil semelhante ao de um homem de negócios e que, como tal “comete erros de quando em vez e quando acontece tem de fazer o melhor para sair deles”, apontando depois a sua mira ao Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, dizendo que este deveria ter continuado na sua profissão de comediante e ter-se esforçado mais para evitar a situação atual na Ucrânia, “falando com o Sr. Putin, que é uma pessoa sensata, que o teria ouvido e feito qualquer coisa sobre isso”.
De forma algo confusa, o britânico diz ainda que “foi exatamente uma invasão de um país ao outro, penso que foi exatamente o que aconteceu, mas que não foi intencional que fosse uma guerra e que a Ucrânia poderia ter feito mais para sair da situação”.
Se Ecclestone esteve cerca de 40 anos à frente dos destinos da Fórmula 1, ajudando a moldar a era do espetáculo na modalidade, sobretudo com a centralização dos direitos televisivos, um porta-voz da F1 veio rapidamente distanciar-se destas declarações polémicas, garantindo que as opiniões de Ecclestone são puramente pessoais.“Os comentários feitos por Bernie Ecclestone são os seus pontos de vista pessoais e estão em claro contraste com a posição e valores modernos do nosso desporto”, é citado um porta-voz da Fórmula 1 ao jornal The Guardian.
