Esta última estreou-se precisamente em 1998 com o seu GT-One, um carro de competição criado com toda a atenção para a participação naquela prova, mas que contou igualmente com as duas obrigatórias unidades homologadas para utilização em estradas públicas, que na prática eram apenas versões ligeiramente retocadas dos carros de pista. Isto porque os carros de competição necessitavam de ter como base uma versão de produção em série, algo que o GT-One dificilmente cumpriria.
Desenvolvido pela Toyota Team Europe (TTE), com sede em Colónia, na Alemanha, o GT-One cotava com um chassis em fibra de carbono totalmente desenvolvida internamente, com um motor V8 de 3.6 litros biturbo altamente modificado. Embora o carro nipónico se tenha demonstrado competitivo, acabou por nunca vencer à geral – sendo preciso à Toyota esperar algumas décadas até colocar o seu nome na lista de vencedores daquela prova.
Além da estrutura em fibra de carbono e aerodinâmica altamente desenvolvida, o Toyota GT-One estava pensado para uma vida nas pistas, com as duas unidades produzidas para homologação a renegarem todas as mordomias para uma utilização quotidiana. Ou seja, o GT-One de estrada era meramente uma derivação ficcionada do carro de competição criado para cumprir regulamentos.
Uma prova disso está num dos requisitos mais básicos para qualquer carro e que no caso do GT-One foi levado à mais extrema interpretação básica dos regulamentos. Os carros da época, inseridos na categoria GT1, deveriam ter local para matrícula, indicadores de mudança de direção buzina, um banco do passageiro e, regra básica, um espaço de bagageira no qual coubesse uma mala de viagem para que pudesse ser aprovado como unidade de produção para utilização em estrada.
A Mercedes-Benz, com os seus CLK GTR, por exemplo, contornou a questão ao colocar um espaço de arrumação por baixo do carro, na secção traseira, quase como o espaço de um pneu sobressalente nalguns dos carros de estrada.
Contudo, ninguém foi tão longe naquela interpretação regulamentar como a Toyota. Os engenheiros da marca japonesa conseguiram cumprir os regulamentos ao indicarem que o depósito de combustível, quando vazio, poderia ser capaz de albergar a tal mala de viagem necessária para ser utilizável em estrada pública. Embora a sua utilização fosse praticamente impossível, os responsáveis do Automobile Club de l’Ouest (ACO) não tiveram outra opção que não validar o GT-One, evitando também criar uma ‘guerra’ com a marca japonesa.
Ainda assim, os dois bancos eram revestidos em couro e a consola central, confusamente repleta de botões e comandos no carro de competição, era mais simples no carro de estrada. Porém, na sua fisionomia, o interior é praticamente idêntico ao do carro de competição.
Esses dois GT-One de estrada estão pintados de vermelho, a mesma cor dos carros utilizados na pista. Previsivelmente, nenhuma das unidades foi vendida, permanecendo ambas como testemunhos à escala da capacidade da Toyota na competição em museus, um no Japão e outro na sede da agora renomeada Toyota Motorsport GmbH, em Colónia.
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