Há 50 anos a Alfa Romeo lançava o icónico Montreal

22/05/2020

Na Expo 67, realizada em 1967 em Montreal, no Quebeque, Canadá, foi apresentado um protótipo da Alfa Romeo, sem nome, mas que o público o identificava como o The Montreal. Era um coupé de 2+2 lugares, equipado com o motor de 1,6L de cilindrada do Alfa Romeo Giulia TI e um chassis do Alfa Romeo Giulia Sprint GT, com uma carroçaria desenhada na Bertone, por Marcello Gandini e o painel de instrumentos desenhado por Paolo Martin.

Devido à reacção do público favorável, a Alfa Romeo decidiu avançar com a produção do automóvel, mantendo a designação Montreal e foi apresentado no Salão de Genebra de 1970, sob a designação interna de Tipo 105.64. A grande modificação foi a alteração do motor de quatro cilindros do protótipo para um V8 de 90 graus, construído totalmente em alumínio, com lubrificação por cárter seco, duas árvores de cames em cada cabeça e cambota cruzada, tendo uma cilindrada de 2.593 cc. Utilizando uma injecção mecânica de combustível SPICA, o Montreal desenvolve uma potência de 200 cv DIN ou 230 cv SAE às 6,500 rpm e 235 Nm às 4,750 rpm. Este motor é derivado do V8 de 2,0 litros utilizado no automóvel de competição Alfa Romeo 33 e no 33 Stradale. Acoplado ao motor está uma caixa manual de cinco velocidades ZF S 5-18/3. O chassis é o mesmo utilizado no Giulia GTV, tendo suspensão de triângulos sobrepostos na frente e eixo rígido na traseira, com diferencial autoblocante da ZF.

Esteticamente, o que salta mais à vista são os quatro faróis na frente, parcialmente cobertos por umas grelhas, que poderão retrair quando se liga as luzes, através de um sistema hidráulico. Outro elemento estilístico marcante, é a entrada de ar NACA no capot, apesar de não ser funcional, serve para fluir o desenho do relevo no capot. Atrás dos vidros laterais, estão as estradas de ar para refrigeração do habitáculo. As jantes utilizadas no modelo de produção são Campagnolo Elektron de 14”, construídas em magnésio e alumínio, com pneus Michelin 195/70-VR14. Já no interior, os bancos eram em tecidos, mas através de encomenda, a Bertone poderia aplicar interior em pele.

A produção do Montreal era dividida entre a Alfa Romeo, em Arese, e a Carrozzeria Bertone, em Caselle e Grugliasco. A Alfa Romeo produzia os chassis, sendo enviados para Caselle, onde era montada a carroçaria e, posteriormente, seguiam para Grugliasco, onde eram pintados à mão e o interior montado. Após isto, eram de novo enviados para Arese, onde era montada a mecânica. O Montreal não sofreu praticamente nenhuma alteração até cessar as vendas, em 1975, à parte do spoiler frontal integrado em 1972.

Apesar da produção ter terminado em 1975, os Montreal continuaram a ser vendidos em 1976 e 1977, sendo exemplares que ainda estavam em parque. O elevado preço da época, fez com que as vendas não fossem muito animadoras e ao todo foram produzidos cerca de 1,925 exemplares, sendo que 180 são com volante à direita.

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