M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Nos anos 80, qualquer carro que tivesse a palavra “turbo” escrita em qualquer lugar do carro chamava logo a atenção, pois era um símbolo de alta performance. A BMW não tinha carros de estrada com motor turbo, pelo que uma casa de tuning, a Alpina, resolveu mostrar como esta peça fazia um BMW andar muito mais depressa. A Alpina fazia tuning tão bom que a própria BMW dava garantia a estas peças modificadas, numa era em que todo o tuning tinha uma função específica para melhorar a performance.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A Alpina começou a modificar carros da BMW em 1965 quando o seu fundador, Burkard Bovensiepen, percebeu que podia ganhar mais dinheiro e divertir-se mais a preparar motores do que a fabricar máquinas de escrever. Poucos anos depois, as suas modificações faziam com que a marca de Munique dominasse as grandes corridas de turismo, tanto que a Alpina até se tornou a equipa oficial da BMW. Em 1975 passou a construir automóveis completos, com base nos BMW de estrada, e em 1983 passou a ter autorização para construir os seu próprios BMW, sendo até aceite pelas autoridades alemãs como um construtor automóvel completo, em vez de uma simples casa de tuning.

Em 1978, a BMW já tinha experiência com motores turbo, essencialmente na competição, mas também com o 2002 Turbo, mas não fabricava nenhum carro com esta tecnologia. A Alpina resolveu transformar o BMW Série 5 da altura, e lançou o B7 Turbo. Na prática, este foi o primeiro BMW de estrada a atingir a potência de 300 cv, passando até o puramente desportivo M1, com a cilindrada aumentada de 2,8 para 3,5 litros, novas cabeças, pistões e árvores de cames e injeção eletrónica reprogramada. Em 1982, o B7 foi transformado no B7 S, com um turbo de maiores dimensões, e a potência saltou para os 330 cv, um nível de potência que a BMW demorou 10 anos a atingir.

O Alpina B7 S Turbo teve direito a uma produção limitada de apenas 60 unidades, e o 22.º carro a sair da oficina de Burkard Bovensiepen vai agora a leilão, em Paris. Embora o velocímetro tenha um erro (um dos donos mexeu nos números, mostrando 57 mil quando tem 220 mil), a RM Sotheby’s conta vendê-lo entre 150 e 200 mil euros, o que vale a pena, para um exemplar quase único, que mostra como se fazia tuning com estilo.

 

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.