Lisbon Mobi Summit 2018: Mobilidade e sustentabilidade no centro da transformação da sociedade

15/06/2018

Pensar a mobilidade que é cada vez mais do presente e não do amanhã. É esse o objetivo da primeira conferência Lisbon Mobi Summit (LMS), uma iniciativa da Global Media Group e dos seus meios integrantes – Diário de Notícias, Dinheiro Vivo, TSF e Motor24, entre outros – que irá reunir entre os dias 13 e 16 de setembro diversos especialistas e entusiastas da mobilidade e sustentabilidade.

Em cima da mesa estarão os temas da eletrificação, automatização e conectividade da indústria da mobilidade e a sua disposição numa sociedade cada vez mais tecnológica, envolvida também no esforço de sustentabilidade no combate às alterações climáticas.

É com este enquadramento que a Lisbon Mobi Summit trará até à cidade de Lisboa diversos especialistas nestes temas, como Martin Hofmann, CIO (Chief Information Officer) da Volkswagen, que irá debater a conectividade e a tecnologia no âmbito da mobilidade, e Paulo Humanes, gestor da empresa alemã, PTV, que vai falar sobre as novas oportunidades das transformações urbanas.

Na conferência de imprensa de apresentação da conferência de setembro, Victor Ribeiro, CEO do grupo Global Media, apontou que este evento “tem como ambição maior o facto de ser uma iniciativa internacional e fórum permanente com interesse em todas as formas de mobilidade”, notando-se na atualidade uma transformação profunda da sociedade e da mobilidade. “Estamos a dar um contributo importante para colocar o nosso país no mapa da transformação da mobilidade que vai acontecer de forma acelerada”.

Lisboa como exemplo

No grande mapa das mudanças no setor da mobilidade, a cidade de Lisboa assume-se como uma protagonista a nível europeu, tendo já recebido diversas distinções no que à pesquisa de novas soluções diz respeito. Abraçando então os novos desígnios de sustentabilidade, a autarquia lisboeta está ativamente a trabalhar com diversos parceiros na redução das emissões poluentes, com Miguel Gaspar, vereador da Mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa, a referir que esta é “uma conversa sobre o presente e não sobre o futuro, numa luta contra as alterações climáticas. As cidades têm um grande peso nas emissões e se não o conseguirmos mudar, não iremos conseguir cumprir o que foi estabelecido no Acordo de Paris”.

Recordando que as metas estabelecidas por esse acordo são “ambiciosas”, Miguel Gaspar apontou alguns dados relevantes, como por exemplo, a garantia dada pelo primeiro-ministro António Costa, de que em 2050, Portugal será um “país de emissões de CO2 neutras”.

Entre os objetivos da câmara lisboeta, este responsável destaca que existe uma forte aposta no reforço dos transportes públicos na área metropolitana, dando como exemplo a renovação de frota da Carris num investimento financeiro superior a 50 milhões de euros para a aquisição de 240 autocarros, e na melhoria da experiência de utilização por parte dos clientes. Ainda assim, aponta, “os transportes públicos também não podem fazer tudo sozinhos, pelo que estamos também a efetuar parcerias com as empresas privadas, porque têm um peso importante. Também é importante ter massa crítica”.

Evocando que o progresso tecnológico fez dos “smartphones um meio de transporte”, Gaspar referiu que também se deverá pensar na mobilidade das grandes empresas, como por exemplo, ao nível das frotas e na mobilidade para os seus empregados. Terminou, explicando que “este evento não é só sobre Lisboa, mas sobre o país”.

A transformação automóvel

Da parte da indústria automóvel, a transformação na área da mobilidade também está a ser bastante cuidada, como explicou Ricardo Tomaz, diretor de comunicação da SIVA, grupo que em Portugal representa marcas como a Volkswagen, Audi, Skoda ou Lamborghini, além de uma 13ª companhia, a MOIA, que é um reflexo dos novos tempos. É precisamente com esta que a SIVA abarca um novo paradigma da mobilidade, antes de mais pela eletrificação.

“A eletrificação da indústria automóvel é uma necessidade e incontornável. Com a nova norma de emissões poluentes na União Europeia, prevê-se uma redução nas emissões de CO2 de 27% até final de 2020. É um valor demasiado drástico para se conseguir se não com recurso a carros elétricos”, assume Ricardo Tomaz, que também aponta a “rutura completa” da indústria automóvel em relação ao que tem vindo a ser feito até aqui. Sobretudo, aponta, haverá a “passagem do automóvel produto para o automóvel serviço num futuro que será, sem dúvidas, para a SIVA e para muitas outras marcas, autónomo, elétrico e partilhado”.

Também a Via Verde, pela voz do seu administrador-delegado Pedro Mourisca, enveredou por este sentido de existência, preconizando uma “missão da Brisa que é de facilitar a mobilidade das pessoas, daí que a Via Verde se tenha transformado em formatos acesso à mobilidade e serviços de conveniência”. Ou seja, também esta companhia se irá transformar numa fornecedora de serviços, embora não esqueça o seu ‘core’, que é o de soluções tecnológicas que simplificam conceitos e procedimentos de vivência.

“A mobilidade para as cidades não pode ser dissociada do acesso às mesmas, sendo as autoestradas uma parte disso”, recorda, elogiando ainda a posição da Via Verde e do seu sistema como um ‘benchmark’ internacional – “não há nenhum sistema parecido mesmo lá fora”. A simplificação da Via Verde assume hoje diversos contornos, assume, de forma a alterar e melhorar a mobilidade das pessoas, como por exemplo com soluções de acesso aos parques de estacionamento ou planificadores de viagens num esforço de interligação com os operadores de transportes públicos das cidades.

O mesmo esforço de melhoria na mobilidade e sustentabilidade foi destacado por Ângelo Ramalho, CEO da EFACEC, que salientou a posição pioneira desta companhia de “sabedoria e engenho lusa na área dos carregadores rápidos e muito rápidos, sendo uma das escolhidas para o importantíssimo projeto ‘Electrify America’ nos EUA”, e por António Coutinho, executivo da EDP Comercial, que apontou os esforços na descarbonização na produção de energia e os ganhos de eficiência nesse processo.

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