Mazda ‘vê’ futuro por diferentes caminhos: Elétrico, Plug-in e até motores de combustão

27/09/2019

Embora tenha já confirmado a apresentação do seu primeiro elétrico para o Salão Automóvel de Tóquio, a Mazda tem uma estratégia de desenvolvimento que não fecha as portas a todas as vertentes da mobilidade. A otimização do motor de combustão interna com a introdução do recente motor Skyactiv-X é disso um exemplo, esperando-se também a chegada de um novo motor Diesel, num contra-ciclo total com uma grande parte da indústria automóvel, que se quis distanciar de forma dramática dessa tecnologia.

Está prestes a chegar ao mercado nacional (no Mazda3) o primeiro resultado do esforço de aumento de eficiência em termos de motorizações, com o 2.0 Skyactiv-X a procurar combinar as virtudes dos motores a gasolina (suavidade) e Diesel (intensidade e baixos consumos) por intermédio de algo que patenteou como Controlo da Ignição por Compressão (SPCCI ou ‘Spark Controlled Compression Ignition’).

Numa explicação bastante simplista, uma mistura de combustão muito pobre em termos da conjugação ar-combustível aliada a uma taxa de compressão ainda mais elevada e que se tivesse apenas ignição por vela seria quase impossível de efetuar. No entanto, o facto de a mistura ser comprimida pelo pistão incendeia a combinação no interior do cilindro, sendo assim mais homogéneo na combustão e, resultado maior, produzindo mais potência de forma menos poluente/gastadora. Além disso, conta com sistema micro-híbrido com gerador/alternador por correia (ISG) e bateria de iões de lítio de 24V.

O arranque do desenvolvimento para este motor iniciou-se em 2015, mas a marca de Hiroxima não desiste dos motores de combustão interna, mesmo que também tenha em grande atenção as tecnologias de eletrificação que despontam em cada vez maior força. No entanto, na sua visão, cada tecnologia terá o seu propósito, entendendo os responsáveis da Mazda que os elétricos terão a sua maior função na cidade, havendo espaço para os veículos a hidrogénio fora dela ou até para motores de combustão ainda mais eficientes, conforme nos explicou Thilo Bevern, engenheiro responsável da área de motores da Mazda Motor Europe, em julho, durante uma primeira apresentação desta tecnologia.

Já mais recentemente, na apresentação dinâmica do Mazda CX-30, Christian Schultze, diretor tecnológico da Mazda na Europa apontou os caminhos ambicionados pela marca ao abrigo da estratégia ‘Sustainable Zoom Zoom 2030’ e que pretende reduzir as emissões de CO2 de forma acelerada. Mas, para tal, aponta, “a Mazda irá recorrer a soluções variadas, a múltiplas abordagens’, advogando mesmo que os “motores de combustão interna continuam a ter um papel, suportados pelos motores elétricos”.

Pelo mesmo prisma, Schultze explica que “a capacidade de redução das emissões de CO2 pelos motores de combustão interna é grande”. Nessa estratégia inclui-se, então, um motor Skyactiv-D (Diesel) de segunda geração a lançar em 2020, chegando em 2021 um Plug-in híbrido. Ainda na temática híbrida, o responsável apontou 2019 como o ano da revelação dos híbridos mild-hybrid e do elétrico (entretanto confirmado para Tóquio), a par de uma nova plataforma de baixo peso. Um dos temas mais falados é o da adoção da tecnologia de rotor (Wankel) para um eventual modelo de produção em série com extensor de autonomia, mas até ao momento os detalhes são escassos quanto a este potencial modelo.

A Mazda confirmou esta semana que o seu primeiro elétrico de produção em série será apresentado no Salão de Tóquio, a 23 de outubro.