Praticamente todas as marcas automóveis têm vindo a sofrer graves consequências com a pandemia de Covid-19, sobretudo atendendo à obrigatoriedade de paragem de produção em muitos países e ao encerramentos dos concessionários como parte das medidas de contenção para a propagação do novo coronavírus. Mesmo as construtoras mais especializadas, como é o caso da McLaren, estão a ser bastante afetadas, com a marca britânica a anunciar hoje o seu plano para cortar mais de mil postos de trabalho.

A McLaren, entidade que congrega diferentes vertentes – sendo as mais conhecidas a divisão de produção de automóveis em série e a equipa de Fórmula 1 -, anunciou hoje que irá cortar cerca de 1200 postos de trabalho nas suas operações, em resultado de um plano de reestruturação profundo que irá afetar todas as áreas.

No entanto, a pandemia de Covid-19 é apenas uma das razões para a necessidade de reestruturação por parte da marca de Woking. Além dos impactos do vírus, há ainda que contar com as implicações do mesmo nas operações da Fórmula 1, que estão paradas desde março – prevê-se o início do campeonato no primeiro fim de semana de julho -, levando a que as receitas decorrentes da publicidade e do merchandise sejam inexistentes, levando ainda a que o seu pessoal tenha sido colocado em situação de ‘layoff’.

Relacionado ainda com isso, as equipas de Fórmula 1 chegaram a acordo para o estabelecimento de um teto orçamental máximo de 145 milhões de dólares a partir da próxima temporada (excluindo ordenados de pilotos, dirigentes e despesas de marketing), obrigando dessa forma a uma redução do pessoal já para 2021. Além disso, o mesmo limite de orçamento será ainda mais reduzido nos anos subsequentes, com a verba disponível a baixar para 135 milhões de dólares já em 2023.

Assim, esta reestruturação irá afetar todas as divisões da McLaren, faltando ainda mencionar a área Applied Technologies, que diz respeito ao desenvolvimento de tecnologias avançadas para diversas aplicações.

“Lamentamos profundamente o impacto que esta reestruturação terá no nosso pessoal, mas especialmente para aqueles cujo trabalho poderá ser afetado. É uma medida que trabalhámos bastante para evitar, tendo já colocado em prática diversas medidas dramáticas em todas as áreas de negócio. Mas, agora não temos outra escolha que não reduzir a dimensão da nossa massa laboral”, refere a marca em comunicado.

Porém, o futuro plano de lançamentos não estará em causa, com Paul Walsh, Presidente executivo do McLaren Group a explicar que “esperamos emergir como um negócio eficiente e sustentável com um rumo definido para o regresso ao crescimento. Já investimos no desenvolvimento de uma nova arquitetura para veículos ligeiros e híbridos que irão começar a ser produzidos no final deste ano com as primeiras entregas previstas para o início de 2021”

Atualmente, a McLaren conta com cerca de 4000 funcionários entre as áreas Applied Technologies, Automotive e Racing.

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