Mercado automóvel com nova descida em outubro

O mercado automóvel nacional continua com tendência negativa, com os mais recentes dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP) a apontarem para uma descida de 13% em outubro deste ano em comparação com o mesmo mês do ano passado. De janeiro a outubro, a quebra é de 36,3% de um ano para o outro.

Sem medidas de incentivo ao setor automóvel propostas no Orçamento do Estado para 2021, a ACAP destaca que a situação em Portugal acaba por ser “mais problemática” face a muitos dos outros mercados europeus, já que no acumulado de janeiro a outubro “Portugal continua, assim, a ter uma das maiores quedas percentuais do mercado em toda a União Europeia”.

Com 143.733 novos veículos matriculados nos primeiros 10 meses do ano, a tendência verificada até aqui aponta para um dos piores desempenhos do mercado em anos recentes. Já em outubro, foram matriculados 16.565 veículos automóveis, ou seja, menos 13% do que em igual mês do ano anterior.

Por tipo de veículo, o mercado de ligeiros de passageiros representou menos 12,6% face a outubro de 2019, com um total de 13.679 unidades matriculadas. No cômputo de 2020, as matrículas totalizaram 119.339 unidades, o que se traduziu numa variação negativa de 37,1% relativamente a período homólogo de 2019.

No mercado de ligeiros de mercadorias, houve uma evolução desfavorável em outubro de 15,1% face ao mês homólogo do ano anterior, situando-se em 2477 unidades matriculadas. Em termos acumulados, nos dez meses de 2020, o mercado atingiu 21.104 unidades, o que representou uma queda de 32,1% face ao período homólogo do ano anterior.

Por último, quanto ao mercado de veículos pesados, o qual engloba os tipos de passageiros e de mercadorias, em outubro verificou-se uma queda de 15% em relação ao mês homólogo do ano anterior, tendo sido comercializados 409 veículos desta categoria. De janeiro a outubro, há 3290 unidades, o que representou também uma queda do mercado de 32,2%.

Outubro com três marcas muito perto

Por construtor, o mês de outubro acabou por ser bastante renhido, com três marcas bastante próximas no topo da tabela de vendas. A Peugeot foi a marca mais vendida em outubro, com 1661 unidades matriculadas, equivalente a uma quota de mercado de 12,14% (ainda assim uma quebra face ao mesmo mês de 2019), ao passo que a Renault, líder de mercado no total do ano, ficou pouco atrás, com 1634 registos, para uma quota de mercado de 11,95%. No terceiro lugar ficou a Mercedes-Benz, uma vez mais a marca líder entre as Premium, com 1557 matrículas, equivalente a uma quota de 11,38%. A marca alemã teve, aliás, o maior crescimento do top 10, com um aumento de 9,6% entre um ano e o outro.

Houve apenas mais uma marca com quatro dígitos, neste caso a BMW, com 1053 unidades matriculadas, para uma quota de mercado de 7,70% (embora com uma queda homóloga de 14,6%). Seguem-se Citroën, com 724 unidades (menos 16,0%), e Volkswagen, com 714 registos (menos 12,9%).

No cômputo do ano, a Renault mantém a liderança, mas com uma ténue vantagem sobre a Peugeot, num duelo de língua francesa. A marca do losango tem um acumulado de 14.670 unidades, menos 40,8% face a 2019 e com uma quota de mercado de 12,29%, enquanto a do ‘leão’ tem um acumulado de 13.170 unidades vendidas, com uma quebra de 34,6% face ao ano passado e uma quota de 11,04%.

Volta a ser a Mercedes-Benz a marcar alguma diferença, uma vez que a marca alemã tem uma quebra mais suave, numa redução de 16,1% face a 2019: 11.846 registos e uma quota de mercado de 9,93%.