De acordo com os dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), registou-se um ligeiro crescimento nas vendas de automóveis novos em Portugal no mês de março, com mais 0,7% do que no mesmo mês de 2021, para um valor de 16.213 veículos matriculados. Comparado com o mesmo mês pré-pandemia, ou seja, março de 2019, regista-se uma descida de 43,2%.
Já no acumulado do primeiro trimestre, o resultado é mais positivo em comparação com o período homólogo, já que de janeiro a março de 2022 foram matriculados 42.476 novos automóveis, num crescimento de 8,1% face a idêntico período do ano passado. Uma vez mais, na comparação com 2019, o valor fica bastante aquém, numa queda de 39%.
Um dos grandes responsáveis pelo crescimento foi o mercado de automóveis alimentados a energias alternativas, com o primeiro trimestre a demonstrar um aumento acentuado de 51,2% nos modelos ligeiros de passageiros com outros tipos de motorizações que não as unicamente a combustão. Em particular, verifica-se um aumento de 146,9%, no mês de março, nos veículos elétricos (BEV) em comparação com o mesmo mês de 2021. O aumento da oferta no mercado ajuda a que esta tendência comece a ser cada vez mais contundente.
No mercado de ligeiros de mercadorias, verificou-se o sentido oposto, com uma evolução negativa de 19,9% face ao mês de março de 2021, com um total de 2340 unidades matriculadas este ano. Em termos acumulados, o mercado atingiu 6428 unidades, o que representou um decréscimo de 9,0% face ao ano de 2021.
Por último, no segmento dos veículos pesados, o qual engloba os tipos de passageiros e de mercadorias, verificou-se em março de 2022 um aumento de 5,2% em relação ao mês homólogo de 2021, tendo sido comercializados 502 veículos desta categoria. De janeiro a março de 2022 as matrículas desta categoria totalizaram 1277 unidades, o que representou um crescimento do mercado de 5,6% relativamente ao mesmo período de 2021.
Peugeot cada vez mais isolada na frente
A Mercedes-Benz foi a segunda marca mais vendida de março, com 962 unidades, também perdendo quota de mercado em comparação homóloga (de 9,53% para 7,19%), pelos mesmos motivos que a Peugeot. Igualmente de âmbito premium, a BMW foi a terceira mais vendida, com 886 unidades, curiosamente, o mesmo número que no mês de 2021. A quota de mercado manteve-se similar, com 6,63% em 2022 face aos 6,98% de 2021.
Com 811 unidades matriculadas em março, a Toyota foi a quarta melhor marca, ganhando quota de mercado (6,07%), ficando à frente da Citroën, que matriculou 805 automóveis, vendo a sua quota diminuir ligeiramente de 7,0% para 6,02%. De resto, o mês de março fica caracterizado por números muito próximos entre marcas: a Renault matriculou 803 unidades, tendo uma perda significativa de quota de mercado de 9,06% para 6,01%, com a Dacia a ter um comportamento oposto muito relevante, na medida em que cresceu 139,1%, com 777 unidades matriculadas, o que se refletiu em quota: de 2,56% em março de 2021 para 5,81% em 2022. A SEAT ficou pouco atrás, com 770 matrículas, ao passo que a Hyundai matriculou 739 automóveis.
No aglomerado dos três primeiros meses, a Peugeot surge então como a líder destacada, com 4491 unidades matriculadas, caindo 2,2% nas vendas (4594 em 2021), perdendo também quota de mercado por efeito de uma maior representatividade de outras marcas. A Mercedes-Benz é a segunda mais vendida, com 2622 matrículas, embora com uma prestação menos positiva ao perder -20,2% face ao mesmo período de 2021. Pouco atrás, dando continuidade a uma batalha entre marcas Premium, surge a BMW, com 2545 unidades matriculadas, perdendo apenas -1,3% face ao ano passado.
A Toyota aparece em quarto lugar, com um crescimento de vendas de 43,6% e 2412 unidades matriculadas, com a Citroën logo atrás, com 2177 unidades matriculadas, aumentando 3,7%. Renault (-5,8%), Hyundai (+62,9%), Volkswagen (+20,7%) e Dacia (+112,2%) aparecem nos lugares seguintes.
