O mercado automóvel em Portugal deu alguns sinais de retoma em setembro, mesmo mantendo um valor negativo face ao período homólogo de 2019: comparando os dois meses, houve uma quebra de 9,0%, equivalente a 16.404 veículos automóveis matriculados em Portugal.

Após os meses catastróficos sob efeito da Covid-19, o mercado automóvel nacional vai resistindo, com os mais recentes dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP) a apontar uma quebra significativa no período de janeiro a setembro, havendo uma redução de 38,4% comparativamente ao período homólogo de 2019 (um total de 127.168 veículos novos matriculados).

Ainda assim, reportando-se aos dados adiantados pela ACEA (Associação Europeia dos Construtores de Automóveis), que prevê uma queda do mercado europeu entre 20 e 25%, a ACAP refere que “a descida do mercado automóvel português continua muito superior à média europeia”.

Por categorias, destaque para a contração nos automóveis Ligeiros de Passageiros, com menos 9,4% do que no mesmo mês do ano passado, representando 13.186 automóveis matriculados. Nos nove primeiros meses do ano, as matrículas caem 39,3% para 105.660 unidades. Nos Ligeiros de Mercadorias, a queda foi menos acentuada em setembro, de 7,2%, com um número de 2516 unidades, enquanto o somatório de janeiro a setembro indica uma quebra também importante de 33,8% face ao período homólogo de 2019, com um total de 18.627 unidades.

Por último, nos Pesados, que engloba os tipos de passageiros e de mercadorias, em setembro de 2020 verificou-se uma queda de 8,6% em relação ao mês homólogo de 2019, com 702 veículos comercializados desta categoria. No cômputo do ano, a quebra é de 34,1%, com um total de 2881 unidades matriculadas.

Apenas Renault, Peugeot e Mercedes-Benz acima das 1000 matrículas

Apenas três marcas superaram a fasquia das 1000 unidades matriculadas no mês de setembro entre os ligeiros de passageiros, mais concretamente a Renault, Peugeot e Mercedes-Benz, que foram as três marcas mais vendidas do mês, com 1599, 1347 e 1223 registos, respetivamente.

Ainda assim, as três caíram em termos de vendas face ao mesmo mês de 2019, com a Renault a perder 16,2% em comparação direta, ao passo que a Peugeot desceu 7,9% e a Mercedes-Benz 6,6%. Em contraponto, a BMW teve um mês de recuperação, tendo um aumento significativo de 34,4% face ao mês de setembro de 2019 – a marca bávara aumentou dos 695 registos de 2019 para 934 em 2020.

Ainda em vendas de setembro, seguiram-se a Citroën, com 795 matrículas (menos 5,7% em termos homólogos) e a Fiat, com 773 matrículas (menos 23,0%). Entre as dez marcas mais vendidas de setembro, além da BMW, apenas a Ford apresentou um valor positivo em termos homólogos, com a marca americana a crescer 8,8%, com 695 carros matriculados em 2020 contra os 639 de 2019.

No cômputo do ano, entre janeiro e setembro, a grande tendência é de quebra nas matrículas, com a Renault a manter-se em primeiro, com um total de 13.036 unidades, embora com uma descida de 43,7% face a idêntico período de 2020, quando até esta fase a marca gaulesa contava com 23.172 matrículas.

De resto, apenas três marcas têm um acumulado de vendas acima das dez mil unidades, sendo que, além da Renault, contam-se ainda a Peugeot e a Mercedes-Benz. A companhia do Grupo PSA tem um acumulado de 11.509 unidades contra as 18.305 do ano passado, equivalendo a uma quebra de 37,1%, ao passo que a marca de Estugarda tem uma quebra mais suave, com um registo de 10.289 unidades em 2020 contra as 12.693 de 2019, num decréscimo de 18,9%.