Uma das grandes diferenças entres os mercados japonês e europeu está na predominância dos ‘kei cars’, ou seja, automóveis de vocação predominantemente citadina e de baixa potência que, atendendo ao ‘aperto’ dos grandes centros urbanos ganharam popularidade.

Se muitos adotam um visual mais retangular e geométrico, aproveitando todo o espaço disponível, outros modelos optam por um desenho desportivo que pretende cativar os mais jovens. Os exemplares mais conhecidos são os Daihatsu Cappuccino ou o Honda S660. Mas, há cerca de duas décadas, também a Nissan surpreendeu com um mini-desportivo retro e de edição limitada, o Figaro.

Desenhado por Naoki Sakai e Shoji Takahashi, este coupé-cabriolet com linhas muito clássicas e compacto, foi apresentado pela Nissan no Salão Automóvel de Tóquio em 1989, fazendo-se acompanhar do slogan ‘Regresso ao Futuro’. A receção deste modelo foi tão positiva que chegou à produção em 1991, inspirado nos carros da década de 1960, mas a sua base era a do Nissan Micra de primeira geração, conhecido no Japão como March.

A motorização ficava a cargo de um bloco 1.0 (987 cc) turbo de quatro cilindros em linha (nome de código MA10E-T), com uma potência de 77 CV e binário máximo de 106 Nm, estando associado a uma caixa automática de três velocidades. Apesar dos seus valores relativamente modestos, o baixo peso permitia-lhe chegar aos 171 km/h. A tração era feita ao eixo dianteiro.

O Figaro era oferecido em apenas quatro cores temáticas, cada uma representando uma época do ano: a Lapis Grey representava o inverno, a cor Pale Aqua o verão, a Green a primavera e a Topaz Mist o outono. A marca não quis produzir muitas unidades, apesar da procura, ficando-se pelos 20.000 exemplares, chegando mesmo a instituir um sistema de lotaria para aqueles que queriam adquirir um Figaro.

A importância do Figaro continua demonstrada em leilões, com uma unidade proposta no ano passado pela RM Sotheby’s a arrecadar mais de 50 mil dólares.

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.