Com o futuro em pano de fundo, a Opel não esquece o seu legado histórico. Os primeiros instantes da apresentação do plano estratégico para a mobilidade elétrica do futuro por parte da marca alemã foram dominados pela sonoridade monocórdica e ríspida de um antiquíssimo Opel Patentmotorwagen ‘System Lutzmann’, primeiro carro da marca produzido entre 1899 e 1902 em Rüsselsheim. Cerca de 30 minutos depois, foi o silêncio elétrico do novo Corsa-e a dominar as atenções.

A comemorar os seus 120 anos, a Opel dá o pontapé de saída para uma nova era da mobilidade, propondo uma conversão para a eletrificação a reboque do plano estratégico anunciado pelo Grupo PSA, denominado ‘PACE!’, uma vez mais focado por Michael Lohscheller, CEO da marca alemã, assente em três pilares – sustentabilidade financeira, globalização da marca e eletrificação.

Os primeiros frutos desse plano estão à vista: um lucro recorde de 859 milhões de euros em 2018, com um total de 1.038.057 unidades vendidas globalmente no ano passado (com os SUV a disporem de uma quota de mercado de 30%). O segundo pilar passa pela globalização da Opel, com o previsível retorno da marca a mercados mundiais de grande relevo, como o da Rússia ainda em 2019. Até ao final de 2022, a Opel estará presente em 20 novos mercados.

Por fim, na vertente elétrica, o plano de eletrificação é extenso, com a Opel a prever uma era de mobilidade sustentada acessível e cómoda para todos num compromisso com a mobilidade para todos.

Além disso, ainda no capítulo da eletrificação e de novas energias, a Opel e Rüsselsheim foram escolhidos como centro de competências para o desenvolvimento de tecnologia fuel cell a hidrogénio do Grupo PSA, em reconhecimento do próprio passado recente em que muitos dos avanços da marca foram obtidos nesta área. O CEO da Opel considera que o hidrogénio será o próximo passo rumo a uma mobilidade sustentada e de zero emissões.

“Para 2020, o desafio de 95 g/km de CO2 previsto pela União Europeia será cumprido pela Opel”, garante Lohscheller, não só com os novos modelos eletrificados, mas também com a maior eficácia de motorizações convencionais, com o aprimoramento de tecnologias de combustão interna. Aliás, garante a Opel, cada novo Corsa emitirá menos CO2 do que a versão mais eficiente do atual Corsa. A plataforma multienergia do Grupo PSA assume-se como fundamental nesta estratégia, melhorando a sustentabilidade financeira graças à produção de carros com motor de combustão interna e elétricos numa mesma linha de montagem.

“Ajustar a produção de acordo com a procura”, assume o homem-forte da Opel, naquela que apelida de “abordagem flexível”.

O Opel Corsa-e marca o início da estratégia de eletrificação da marca alemã, num plano que já em 2020 terá quatro veículos do género, três elétricos e um Plig-in híbrido.

De resto, no mesmo âmbito, o plano da Opel passa por contar com todos as gamas da marca eletrificadas em 2024. Para 2020, há já quatro modelos na linha de lançamento, três 100% elétricos e um Plug-in híbrido: o Corsa-e será o primeiro a chegar, na primavera de 2020, seguindo-se uma versão do sucessor do Mokka X e o Vivaro-e. Por fim, no lado dos PHEV, conta-se o Grandland X Hybrid4, já conhecido, que alia mecânica 1.6 turbo de 200 CV a gasolina a dois motores elétricos de 80 kW, para um total de 300 CV e tração integral, com um deles atrás. Neste ‘pacote tecnológico eficiente’, a autonomia elétrica é de 52 quilómetros, para consumo médio de 1,6 l/100 km e 37 g/km de CO2.

Já o Corsa-e, cuja produção terá início nos primeiros meses de 2020 e lançamento na primavera, recorre igualmente à plataforma EMP2, como o Peugeot 208, será o primeiro modelo 100% elétrico.

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