Teste Opel Astra 1.2 Turbo: Alma renovada para uma nova realidade

14/09/2020

Sem grandes mudanças externas, a revisão do Opel Astra privilegiou a melhoria do seu conteúdo. A essência sobre a estética. Com a marca nas mãos do Groupe PSA, o compacto germânico encontra no motor 1.2 Turbo com 130 cv a eficácia desejada para este seu novo contexto.

Entre o fim de uma era e o início de uma nova. A revisão de que foi alvo a quinta geração do Opel Astra balança entre a mudança da marca das fileiras da GM para as do Groupe PSA. As melhorias que acompanharam esta passagem de “testemunho” foram notórias no novo motor 1.2 Turbo que equipa o modelo ensaiado pelo Motor 24.

À primeira vista, pouco ou nada mudou. As linhas não diferem muito das anteriores, embora se registe a tentativa de limar pequenas arestas para tornar o conjunto mais moderno e “limpo” de inutilidades estéticas. Tudo sem descaracterizar a essência do Opel Astra. Mas também sem a inovar, na verdade. Dentro do habitáculo, mantém-se a estratégia: linhas direitas, economia de botões, e uma escolha nem sempre muito cuidada dos materiais, mas que nunca prejudicar o conforto a bordo.
As melhorias do Astra, os efeitos desta revisão, no fundo, são mais visíveis do ponto de vista tecnológico e da maior eficácia dos motores propostos, como é o caso deste novo propulsor de três cilindros a gasolina com 130 cv de potência – tal como o 1.5 Turbo D (Diesel de 122 cv).

Silencioso e equilibrado
Uma das primeiras impressões que temos ao arrancarmos com o Astra 1.2 Turbo é a (quase) total ausência de barulhos de funcionamento. A segunda é a suavidade com que tudo acontece. Como tudo se desenrola. E que não se confunda isto com qualquer falta de vigor deste pequeno motor. Quando comparado com o motor de acesso à gama, o 1.0, encontramos um Astra perfeitamente empenhado e com força suficiente nas recuperações, nomeadamente, na quinta e sexta relação. Já em regimes mais baixos, admitamos, a aceleração é mais sofrida (basta mencionar os 9,8 segundos no arranque 0-100 km/h). A caixa manual de seis velocidades obriga a uma certa habituação e melhoraria com a escolha de outra pega mais adaptável ao tato, embora seja suave e de uma precisão irrepreensível.

A velocidade máxima é de 215 km/h e o red-line surge às 6.500 rpm. Em estrada “solta” é onde se sente melhor. O seu verdadeiro habitat, beneficiando bastante dos ajustes aerodinâmicos de que foi alvo nesta revisão, como são disso exemplo, a cortina ativa na grelha dianteira e os novos amortecedores. Para ajudar ao seu comportamento, nomeadamente em curva, sublinhe-se a presença benéfica dos pneus Bridgestone Turanza 225/45 R18. Refira-se ainda o eixo traseiro com Watt link e o facto de o novo motor ser seis kg mais leve do que o anterior, o que ajudou o fabricante a reduzir cerca de 21% das emissões de CO2 – 99 h/km, mais concretamente.
Os consumos anunciados pelo fabricante para o regime combinado são de 6,3 l/100 km, mas não é preciso grandes investidas no pedal direito para os fazer subir para a casa dos 7,5 l/100 km.

O Opel Astra 1.2 Turbo é proposto por 24.690 euros e pode dizer-se, sem ferir a verdade, de que se trata de um valor justo, tanto pela qualidade do produto, em si, como pelo equipamento que contempla. Principais novidades? Sistema de faróis LED IntelliLux, que promete uma condução sempre em máximos e sem encadear os restantes condutores, novas câmaras (a dianteira deteta agora peões) e um novo software. O sistema de entretenimento dispõe agora de três opções Multimedia Radio, Multimedia Navi e Multimedia Navi Pro, com ecrã tátil de oito polegadas, mas todos podem ser acionados por voz e todos compatíveis com os sistemas Apple CarPlay e Android Auto.

*Fotos de Fernando Marques