M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Quando as agências responsáveis pelo envio de material para fora da Terra preparam um lançamento, como é que sabem que o motor do foguetão vai funcionar? Muito desse trabalho é feito em simuladores, hoje em dia, mas há sempre um teste físico que mostra o potencial do motor. É o caso da Agência Espacial Europeia (ESA), que comprovou o funcionamento do seu mais recente motor de foguetão, o P120C.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

O novo P120C foi testado em condições reais no Espaçoporto do Centro Espacial da Guiana, o equivalente europeu do Cabo Canaveral na NASA. Ironicamente, fica na América do Sul, na Guiana Francesa, última colónia europeia do continente. O teste, que pode ver em vídeo no final da galeria de imagens, atingiu uma força de propulsão de 4650 kN e durou 140 segundos, o tempo necessário para atingir uma queima completa entre o levantamento de voo e o final da primeira fase de voo, ainda na atmosfera terrestre. Em menos de dois minutos e meio, consumiu 142 toneladas de combustível sólido.

Não foram registados problemas no teste, tendo todas as reações do motor sido registadas por nada menos que 600 sensores. A análise completa do seu funcionamento demorará alguns meses, mas deverá terminar a tempo de um novo teste, que vai ter lugar no final do ano, novamente no Espaçoporto da Guiana Francesa.

O P120C tem como objetivo assegurar a independência técnica da Agência Espacial Europeia. Desenvolvido em conjunto pela Ariane e Avio, vai ser o maior motor de foguetão do seu tipo, com 13,5 metros de comprimento e 3,4 de diâmetro É construído num segmento único, usando um compósito baseado em fibra de carbono. Em 2019, vai substituir o atual P80, como motor de primeiro estágio do foguetão Vega C, e em 2020 duas a quatro unidades vão servir como motores auxiliares do foguetão Ariane 6.

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