M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
No Japão, os serviços de caminho-de-ferro têm uma reputação de cumprirem escrupulosamente os seus horários, a um ritmo tão certo que dá para acertar o relógio pelos comboios. Por isso, é raro ver as companhias locais pedirem desculpas por qualquer discrepância. Mas foi o que aconteceu recentemente, depois de um comboio ter saído da estação mais cedo que o previsto. 25 segundos mais cedo, para ser exato.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

O shinkansen (“comboio-bala”) devia ter saído da estação de Notogawa às 7 horas e 12 minutos da manhã, para uma viagem que iria terminar às 9 horas e 14 na estação de Nishi Akashi, depois de passar por cidades grandes como Kyoto (capital histórica do país) e Kobe. No entanto, o condutor fechou as portas antes do tempo e, quando se apercebeu do erro, olhou apressadamente para a plataforma. Ao verificar que não havia ninguém à espera, optou simplesmente por avançar, quando faltava 25 segundos para a hora prevista de saída. O condutor podia ter aberto a porta, mas o procedimento de abrir e voltar a fechar demoraria mais de 25 segundos teria consequências piores.

Podia pensar-se que não faz mal sair alguns segundos antes da hora, mas os comboios-bala são o meio preferido de transporte da população, que por vezes trabalha a mais de 100 quilómetros da residência, e as margens de erro pagam-se caros. Por isso, o condutor e a Japan Railways, empresa pública de caminhos-de-ferro, emitiram um pedido de desculpas pelo equívoco. A última saída de um comboio fora de horas tinha sido em novembro, por ter sido 20 segundos… adiantado, também.

Nas zonas urbanas do Japão, os comboios locais são um transporte não só mais barato, mas também mais rápido que os automóveis. Enquanto esta viagem específica de comboio demora duas horas e quatro minutos da partida à chegada, uma viagem semelhante de automóvel dura duas horas e 17 minutos, em condições normais de tráfego fluído, o que não acontece à hora de ponta.