M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
A buzina é um instrumento importante para a segurança da viatura, com um som estridente para avisar peões ou outros condutores da sua presença, numa área de pouca visibilidade. Claro, muitas vezes é usado para avisar amigos que estamos na rua à espera deles, ou pior, por impaciência do condutor com o tráfego ou com as manobras alheias. Mas apesar de ser barulhenta e de estar associada ao perigo e à frustração, a buzina surgiu por causa de um instrumento musical.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

As buzinas têm a sua origem em instrumentos musicais pré-históricos, usados tanto para fazer música como para emitir pedidos de socorro ou anunciar retiradas em batalha. O seu nome em inglês, “horn”, é mantido dos tempos em que estes instrumentos eram feitos de cornos de animais. Nos séculos mais recentes, passaram a ser usados como aviso à navegação em navios ou em comboios. Por isso, não tardariam muito a ser usados como automóveis.

Embora parecesse óbvio, foi preciso esperar algumas décadas para alguém pensar num aviso sonoro para o automóvel. Antes, alguns países exigiam a presença de alguém a andar à frente de um carro a agitar uma bandeira vermelha, lei que foi progressivamente eliminada. Como substituição, o empresário americano Claud H. Foster inspirou-se no seu trompete, instrumento musical que tocava e do qual era grande admirador, para criar um aparelho sonoro com múltiplos sons a que chamou “trompa de Gabriel”, em 1900. Apesar do nome apocalíptico (o anjo Gabriel deveria tocar a sua trompa no fim do mundo), foi um sucesso imediato, sendo instalada no exterior dos automóveis e tocada pondo a mão do lado de fora, e permitiu a Foster fundar a empresa Gabriel.

Em 1907, a Gabriel deixou a sua buzina para passar a construir amortecedores (algo que ainda faz hoje) e vendeu o design da trompa à GM. Mas este logo ficou obsoleto quando o inventor Miller Reese Hutchinson patenteou o antecessor da buzina moderna no ano seguinte, e vendeu o design a Franklin Lovell Jr., que comercializou o aparelho com o nome Klaxon. Apesar de ser apenas uma marca registada, durante muito tempo foi sinónimo de buzina, que se operava rodando uma manivela. Mas nos anos 20 também este ficou obsoleto, substituído por uma buzina elétrica, ativada por botão, que foi patenteada pela Bosch em 1914. Esta passou a ser ativada com um toque único, de dentro do carro, e com o passar do tempo passou a ficar escondida dentro da carroçaria, acabando com a inestética trompa.

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