Criado propositadamente para a visita do Papa João Paulo II à Alemanha há 40 anos, o Classe G que o Sumo Pontífice utilizou naquela ocasião está em exposição no meu da Mercedes-Benz em Estugarda, sendo uma das estrelas do evento dedicado ao icónico todo-o-terreno da marca da estrela.

Criado por pedido à Mercedes-Benz, o 230 G que serviu de transporte ao Papa João Paulo II em 1980, conta com diversas modificações especiais, como um banco na secção traseira, instalado numa plataforma elevada em 40 cm, numa área protegida por uma cúpula protetora, mas que, graças à sua transparência, permitia ao público seguir o caminho do Santo Padre no seu percurso.

Com uma motorização a gasolina de 102 CV e caixa automática, o carro que transportou o Papa sobressaía ainda pelo facto de ter uma suspensão mais confortável para terrenos mais difíceis, bem como uma unidade de ar condicionado automática que assegurava uma temperatura agradável dentro da cúpula de acrílico. Inicialmente, essa cúpula era amovível, mas após a tentativa de assassinato em 1981, o Classe G foi transformado com a montagem de uma estrutura à prova de bala. O Mercedes-Benz foi, aliás, adaptado por mais duas vezes de acordo com as especificações de segurança do Vaticano, uma em 1983 e outra em 1985.

Com 4392 mm de comprimento, 1950 mm de largura e 2800 mm de altura, o Classe G especial viria a ser conhecido por ‘Papamóvel’, inaugurando-se aqui uma expressão que viria a ficar para a História. O modelo foi utilizado entre os dias 15 e 19 de novembro de 1980 ao longo da visita de João Paulo II ao território alemão, que se tornou famosa por marcar a primeira vez em quase 200 anos que o responsável mais alto da Igreja Católica visitou a Alemanha.

A marca alemã recorda que a exposição mediática do Classe G foi benéfica para o modelo, com esta unidade a ganhar o estatuto também de estrela, tendo acompanhado o Papa durante muitas das suas viagens subsequentes, como à Áustria em 1983, aqui com a particularidade de ter o logótipo da marca austríaca Puch no lugar do emblema da Mercedes-Benz.

Isto porque o G, que tinha sido um produto conjunto da Mercedes-Benz e da Steyr-Daimler-Puch, era comercializado na Áustria sob aquela marca.

Porém, o 230 G de 1980 não foi ‘filho único’, uma vez que a marca criou uma segunda unidade, em quase tudo idêntica, datada de 1982 com base no 230 GE e com uma potência de 125 CV. Distingui-los só com recurso às matrículas: o 230 G tem o registo ‘SCV 7’, ao passo que o 230 GE tem registo ‘SCV 6’. Ambos ficaram na posse do Vaticano em 1982. Em 2004, o primeiro ‘Papamóvel’ voltou a casa para gozar a sua reforma no museu da Mercedes-Benz.

Este é apenas um dos destaques da exposição que está em vigor até setembro de 2020, denominada ‘G-Stories’ por ocasião do 40º aniversário deste modelo. No total, estão lá 11 veículos e diversos adereços ou peças alusivas a esta temática.

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