Com um mercado em queda devido à pandemia de Covid-19, foi o segmento de automóveis ligeiros de passageiros novos que sofreu a maior queda em 2020, na ordem dos 35%, num dado que comprova a dificuldade do setor no ano passado. Ainda assim, os dados revelados pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP) apontam para um ganho de espaço por parte dos automóveis eletrificados, mesmo que os veículos com motor de combustão interna mantenham o seu predomínio.
Com o mercado cada vez mais repleto de propostas eletrificadas, seja em formato híbrido ou 100% elétrico, este é um segmento que vai ganhando cada vez mais volume, tendo no ano passado representando um total de 21,8% das vendas de ligeiros de passageiros em solo nacional. Nesta divisão, os híbridos (HEV) e plug-in híbridos (PHEV) são os que mais volume evidenciam – 8,2% por cada tipologia, ou seja, 11.867 unidades de PHEV e 11.902 unidades de híbridos.
Recorde-se que os híbridos não podem ser carregados em tomadas domésticas, enquanto os plug-in híbridos oferecem uma maior autonomia sem emissões, permitindo carregamento das baterias em pontos externos.
Já os elétricos representaram 5,4% do total de vendas do mercado nacional em 2020, com um total de 7830 automóveis vendidos, mais 13,8% do que no ano de 2019.
No panorama automóvel nacional acabam por ser os automóveis a gasolina os que mais se venderam em 2020, representando um total de 44,2%, ou seja, um total de 64.232 unidades. Por outro lado, contrariando de certa forma a tendência europeia, os automóveis com motor Diesel mantêm-se num patamar de destaque, representando 32,8% do mercado (47.741 unidades), ou seja, mais do que o segmento de mobilidade eletrificada.
Há ainda uma quota bastante reduzida para outros combustíveis, como o GPL ou GNC, que representaram 1,3% do total, destacando-se naturalmente o primeiro (1815 carros) face à quase ausência de uma rede de abastecimento de gás natural (apenas 30 automóveis registados com este tipo de combustível).
Para 2021, será de esperar uma ligeira quebra nas vendas dos veículos híbridos, atendendo ao facto de perderem as suas isenções fiscais no Orçamento do Estado para 2021, enquanto os veículos plug-in devem escapar incólumes às novas regras para a atribuição das isenções fiscais no ISV para 2021.