Tendo-se comprometido com a proibição de venda de automóveis novos com motor de combustão a partir de 2030 durante o período de liderança de Boris Johnson como primeiro-ministro, o Reino Unido deu um passo atrás nessa meta, adiando-a por mais cinco anos, o que tornará a medida efetiva em 2035, ou seja, na mesma altura que na União Europeia.
Em conferência de imprensa, Sunak indicou que esta é uma decisão complexa, mas que o tema exige uma abordagem realista e focada, não centrada no lado emocional, dizendo que atualmente o que sucede é uma tomada de decisão muito ligada com este último.
“Vai existir uma grande variedade de opiniões diferentes sobre isto. Mas penso que o debate sobre o tema tem estado carregado com demasiada emoção e pouca claridade. Há pessoas em ambos os extremos deste debate. Não creio que esses extremos estejam certos”, afirmou o primeiro-ministro britânico, justificando esta decisão que, acrescentou, não contradiz a ambição de tornar o Reino Unido neutro em emissões de carbono em 2050.
“O grande público quer que a neutralidade [carbónica] seja alcançada de forma proporcional, pragmática e realista e querem que as pessoas sejam honestas com elas sobre o que está envolvido”, admitiu, considerando que alguém tem de explicar aos cidadãos porque “é que as famílias devem pagar mais 5000£, 10.000£ ou 15.000£ para fazer coisas que não são necessárias para nos levar à neutralidade [carbónica]”.
Na rede social X, Sunak complementou e deixou a pergunta: “Como é que pode ser correto dizerem aos britânicos que devem sacrificar-se mais do que outros?”.A decisão foi criticada por uma grande quantidade de grupos ativistas de defesa do ambiente, figuras políticas e até por alguns construtores automóveis que estão empenhados na política de eletrificação total.