A decisão foi já confirmada pela própria Comissão Europeia, estando ainda dependente da concretização dos respetivos compromissos para com os acionistas por parte das duas companhias automóveis, embora tudo esteja encaminhado para uma fusão entre a PSA e a FCA já no início de 2021. A deterioração do ambiente comercial em virtude dos efeitos da pandemia de Covid-19 e a necessidade de acelerar a redução de custos e implementação de novas tecnologias, sobretudo no que toca à eletrificação, tem levado ao aumento do esforço de ambas as partes.
Durante a sua investigação aprofundada, a Comissão Europeia reuniu informação e comentários dos rivais e consumidores sobre diversos aspetos, sendo que um dos pontos que estava a ser investigado pelos responsáveis europeus prendia-se com a questão da concorrência no mercado de veículos comerciais ligeiros em nove Estados Membros, entre eles Portugal, nos quais a quota de mercado combinada é bastante elevada, podendo resultar em custos mais altos para os potenciais clientes.
Em resposta, a CE propôs às duas empresas que se mantivesse o acordo de cooperação entre a PSA e a Toyota Motor Europe para os veículos comerciais ligeiros, ao abrigo do qual a PSA produz os veículos para venda da Toyota, sobretudo na União Europeia. Isso será feito por via do aumento da capacidade da Toyota e de preços reduzidos de transferência para os veículos e componentes/peças de substituição associadas. Esta medida irá garantir que a Toyota será capaz de competir com os veículos da futura aliança.
Além disso, propõe ainda uma emenda nos acordos de ‘manutenção e reparação’ para os veículos de passageiros e comerciais ligeiros da PSA e FCA e da sua rede de reparadores para facilitar o acesso aos competidores daquelas duas marcas para repararem e efetuarem a manutenção dos seus veículos comerciais ligeiros. Por exemplo, não haverá a necessidade de uma receção específica ou área de espera de uma dada marca, enquanto qualquer proibição das oficinas para utilizarem ferramentas e equipamentos da PSA/FCA para a manutenção de veículos competidores será levantada.
Aceites estas mudanças, a Comissão Europeia entende que não existem mais questões de concorrência que possam impedir a fusão.O português Carlos Tavares, atual CEO do Grupo PSA, será o CEO desta nova companhia, a Stellantis, que passará a ter no seu portefólio marcas como a Peugeot, Citroën, Alfa Romeo, DS Automobiles, Fiat, Opel e Chrsyler, entre outras.
