Ainda não será em 2022 que o mercado automóvel conseguirá regressar aos valores de vendas pré-pandemia. Um estudo do Observatório Cetelem aponta para um ténue crescimento de 0,14% este ano, com a crise dos semicondutores ainda a marcar decisivamente a recuperação da indústria, sendo previsível que apenas em 2023 se possa olhar para uma recuperação mais consolidada.

A indústria automóvel está a atravessar uma grave crise que tem afetado todo o setor, desde os construtores até aos fornecedores de equipamentos e distribuidores. Esta crise, desencadeada pela pandemia da Covid-19, começou por paralisar fábricas e fechar os concessionários, mas ramificou-se depois na escassez de componentes eletrónicos, que são cada vez mais determinantes para os veículos modernos.

Neste contexto, a previsão de crescimento do Observador Cetelem Auto 2022 para o setor automóvel para este ano é de apenas 0,14%, sustentando-se esta perspetiva na expectativa de normalização dos fornecimentos de chips para a segunda metade do ano. Assim, se esta ocorrer no final de 2022, o mercado manter-se-ia próximo do seu nível de 2021.

Os SUV representam 42% das vendas em Portugal, 45% no Mundo e 38% na União Europeia

Para estes resultados, o Observatório Cetelem Auto inquiriu 11.000 pessoas de 17 países: África do Sul, Alemanha, Bélgica, Brasil, China, Espanha, Estados Unidos da América, França, Itália, Japão, México, Noruega, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido e Turquia.

Estilo SUV mantém-se como aposta do mercado

Para dar a volta à crise, os construtores têm vindo a concentrar-se mais na produção de veículos com margens mais elevadas como é o caso dos SUV. Apesar da crise no setor automóvel, a trajetória dos SUV têm sido um sucesso.

As suas vendas continuam em crescendo não só na Europa, mas também a nível global. Apesar de todas as controvérsias existentes em torno destes veículos – como o seu impacto ambiental –, os SUV já são um sucesso global, sendo a escolha de cada vez mais consumidores. Os dados revelam que representam 45% das vendas a nível mundial e 38% na União Europeia, de acordo com federações profissionais e institutos de estatística.

No caso português, é o formato de carroçaria mais vendido, atingindo uma quota de mercado em 2021 na ordem dos 42%, de acordo com a Associação Automóvel de Portugal (ACAP), mais 25% do que em 2015, sendo os três SUV mais vendidos o Peugeot 2008, o Renault Captur e o Hyundai Kauai.