Quase dois anos depois da última edição, com uma pandemia e vários adiamentos pelo meio, a expoMECÂMICA 2021, o maior evento nacional dedicado ao pós-venda automóvel – e um dos maiores na esfera internacional – cumpriu o seu papel agregador, promovendo um verdadeiro reencontro do setor.
Os números de 2021 ficaram um pouco abaixo das melhores edições anteriores, tanto em visitantes como expositores, mas o sentimento final, como expressa, nesta entrevista ao Motor 24, José Manuel Costa, responsável da Kikai Eventos, entidade organizadora do evento, é de que todo o “esforço” valeu a pena. E de que o aftermarket automóvel continua forte em todas as suas componentes.
Depois de adiamentos e cancelamentos e adiamentos, a expoMECÂNICA 2021 acabou por acontecer. E com um público surpreendente. Qual o balanço possível?
O balanço da edição de 2021 da expoMECÂNICA é muito positivo. Depois de três adiamentos a ansiedade de todos os envolvidos era enorme. Ao mesmo tempo, o número de visitantes era a grande incerteza, pois não havia ainda passado muito tempo da abertura total e não estava ainda muito claro para os profissionais do setor, as regras que se deveria respeitar na visita ao evento.O trabalho de promoção e comunicação da feira foi feito de forma exemplar pela Kikai Eventos, assim como todos os expositores, associações e parceiros de media e o resultado foi extraordinário. Quem esteve presente percebeu que a única diferença visível para outras edições, era o uso obrigatório das máscaras. A dimensão da feira, a representativa de todos os sectores, a enorme afluência de visitantes, o cuidado com os detalhes tinha a marca de qualidade da expoMECÂNICA.
Foi um desafio difícil convencer as empresas a estarem presentes neste contexto?
Efectivamente foi. Se havia muitas empresas que necessitavam da feira e nunca duvidaram dos seus bons resultados, também tivemos de convencer muitas delas da oportunidade de estar presente. Com riscos, é certo, mas uma enorme oportunidade de responder positivamente à chamada e, ao mesmo tempo, mostrar ao sector a sua resiliência e a total disponibilidade em continuar a servir o setor e a comunidade.
Mesmo aquelas empresas que não estiveram presentes, porque estimavam que este ano não seria ainda um ano adequado à realização de feiras, mostraram-se generosas com a Kikai Eventos, incentivando-nos e acreditando financeiramente no nosso projecto, transferindo os valores pagos para momento mais oportuno, o que nos retirou pressão e permitiu concentrar-nos, exclusivamente, na feira e no seu sucesso. O nosso agradecimento a essas empresas, com quem partilhamos o nosso sucesso.
Quando comparada com a edição de 2019, a presente edição esteve 5% abaixo no que toca a visitantes e 15% abaixo no número de expositores. Curiosamente e, como diz o ditado, “quantidade nem sempre é qualidade”.
É esclarecedor o entusiasmo dos expositores nos seus depoimentos, quando referem que foi uma edição muito conseguida e com um nível muito bom de profissionais.
No interesse demonstrado pelas novidades, nas compras realizadas em plena feira e nas boas perspetivas de vendas nos próximos meses.
O número de expositores e apesar de estar mais abaixo, todos os setores estavam perfeitamente representados e com uma oferta vasta em novidades e lançamentos, pese todo o quadro de dificuldades na manufatura e entrega.
Parece evidente que a pandemia afetou, se não a todos, a maioria das empresas. Mas foi justamente a resiliência do negócio dos nossos expositores e a sua própria resiliência que nos manteve a todos em movimento. E se um evento da dimensão da expoMECÂNICA não resolve todos os problemas, dá seguramente o seu contributo para espantar a crise, que é também social, ao aproximar quem esteve tanto tempo sem comunicar, apresentando-se como um centro de negócios e relacionamentos.
Acreditamos que as feiras presenciais continuarão a desempenhar um papel importante na recuperação económica e a resposta positiva, que expositores e visitantes deram em 2021, é, também ela, uma forma de reação enérgica e corajosa à crise.
