Produzido em Matosinhos, o veículo tem um limite de produção estipulado nos 25 exemplares por ano e pretende competir com outros superdesportivos de grandes marcas do segmento. “Duas versões foram desenhadas e vão entrar em produção: a versão de estrada, limitada a 60 unidades, e a versão de competição, que em princípio não terá limite, porque as equipas podem sofrer acidentes e ter que necessitar de reparar ou substituir chassis”, afirmou Ricardo Quintas, cofundador e gerente da Adamastor, empresa automóvel portuguesa fundada em 2012, à Lusa.
“O chassis #1 do Furia agora apresentado representa o início de uma nova era para a Adamastor, o ponto de partida a partir do qual irá concretizar a sua visão e estratégia, a de se assumir como um dos principais players no exclusivo segmento dos supercarros, um fabricante de automóveis de baixo volume com indiscutível apelo emocional e elevadíssima performance, em estrada, mas também nos circuitos mundiais”, refere a empresa, em comunicado. Dá ainda conta que em causa está uma posição num mercado global de supercarros que deverá ter atingido um valor de 16 mil milhões de euros em 2022 e que se prevê que, até 2028, atinja os 20 mil milhões.
Ricardo Quintas assume que a intenção foi apostar num setor de nicho, “com um produto raro, único, tecnologicamente avançado, em que o preço não é questão, mas sim a exclusividade e a performance”. E, por isso, o Furia será “produzido à mão, longe dos grandes volumes”, naquilo que classifica de “expoente máximo” da tecnologia automóvel. “O nosso objetivo é produzir 25 automóveis por ano e que cada um deles seja feito em exclusivo por uma equipa, do início ao fim. O cliente, assim, conhece as pessoas que construíram o seu carro e pode dirigir-se a elas na eventualidade de qualquer problema”, explica.
Pensado, criado e desenvolvido pela Adamastor, que nasceu, em 2012, pela mão dos dois sócios, mas que hoje conta com uma equipa de 14 trabalhadores, o Furia será produzido nas instalações da empresa em Perafita, Matosinhos, numa fábrica com 2.225 metros quadrados, mas que tem capacidade de expansão até aos 5.000 metros quadrados, o que lhe permitirá “colocar em prática, de uma forma faseada e sustentada, o seu plano de crescimento, quer ao nível técnicos, quer dos meios humanos”.
O projeto envolve um investimento acumulado, desde 2019, de 17 milhões de euros que levou ao desenvolvimento de um veículo construído em fibra de carbono, com um “elevado e eficiente” desempenho aerodinâmico, que lhe permitirá chegar aos 300 quilómetros por hora. O carro agora apresentado é a versão de estrada, para o qual “há já muitos interessados”.
Foi ainda desenvolvida uma versão de competição, sendo que o plano de negócios prevê a entrega, ja em 2025, de dois carros de estrada e de dois de competição. A partir de 2026, o objetivo é produzir 25 carros ao ano, sendo que os modelos de estrada estarão limitados a 60 unidades, de modo a assegurar a sua exclusividade.
Na competição, Ricardo Quintas admite que, à partida, não haverá limite. A empresa dedicar-se-á, também, ao fabrico de peças e componentes, além de se assumir como “centro de engenharia de excelência”, através do qual proporcionará “serviços de consultoria, projeto e conceção de tecnologia de vanguarda”.
Aliás, a partir da sua fábrica em Perafita, a empresa fornece já componentes para vários clientes, nomeadamente carroçarias e depósitos de combustível em fibra de carbono e hélices para produção de energia eólica, entre outros.