Sistema ADAS, obrigatório em automóveis novos na Europa, a partir do próximo ano, vai evitar 25.000 mortes nas estradas até 2038.

Com uma média de 51 mortes nas estradas por milhão de habitantes, a Europa é a região do mundo onde o número de fatalidades em acidentes de viação é mais baixo. Mas a meta da Comissão europeia para os Transportes é de “zero morte e feridos graves” nas estradas do Velho Continente até 2050. No final desta década, a União Europeia (EU) pretende ter já reduzido em 50% o número de vítimas mortais e em 50% os feridos graves.

Para esse objetivo vão contribuir uma série de novas medidas, incluindo a adoção do sistema ADAS (acrónimo de Advanced Driver Assistance Systems), como equipamentos de série em todos os veículos novos. De acordo com os especialistas, com todo o parque rolante a dispor deste dispositivo de segurança, o número de mortes na estrada baixará 29%.

Estima-se que, no último ano, quase 22.000 pessoas morreram num acidente de viação.

ADAS, como funciona o sistema

Mais do que um sistema, a tecnologia ADAS é um conjunto de sistemas de segurança ativa para funcionar como ajuda eletrónica à condução, atuando sobre as principais causas dos acidentes de viação: distrações, fadiga ou sonolência e velocidade. O grande objetivo é contribuir para minimizar as falhas humanas.

Conscientes da sua influência na atividade rodoviária, a BOSCH e a Fesvial, em Espanha, colocaram em marcha um programa de sensibilização. Chama-se “Projeto VIDAS”, e tem como missão facilitar o conhecimento das principais características e funções de cada uma das tecnologias, estudando o seu real impacto na condução de todos os dias, bem como o nível de aceitação por parte dos condutores.

De acordo com as duas entidades, com 100% dos automóveis equipados com ADAS (obrigatório na Europa para carros novos a partir de 2022), podiam prevenir-se (ou mitigar) cerca de 40% de todos los sinistros e 37% de todas as lesões com gravidade. Segundo a mesma fonte, a tecnologia vai salvar mais de 25.000 vidas até 2038.

Confiança aumenta com a idade

Os primeiros estudos do “Projeto VIDAS” analisaram a perceção que os condutores têm da referida tecnologia, em função da sua idade. Provando-se que, para os automobilistas mais jovens, o sistema ADAS pode contribuir para fortalecer o cumprimento das regras de trânsito, mas retirando-lhe importância, uma vez que acreditam que as suas capacidades ao volante são iguais ou superiores às valências dos sistemas eletrónicos. Por isso, também não estão dispostos a pagar mais por um veículo equipado com ADAS.

Ao contrário, os volantes seniores reconhecem grande utilidade à tecnologia.

Eficácia varia com os sistemas

Os investigadores do VIDAS também se dedicaram ao estudo da eficácia dos sistemas que incorporam a tecnologia ADAS, para medir a sua influência em condições reais de utilização. A foi perceber qual dos dispositivos é mais importante na hora de evitar os acidentes que ocorrem com mais frequência, na redução do número de vítimas e para diminuir os índices de letalidade.

No primeiro grupo, os especialistas juntaram o Alerta de colisão frontal; Sistema de travagem automática de emergência; Assistência ‘car to car’ em cruzamentos; Alerta de mudança involuntária de faixa; Deteção de peões e ciclistas na faixa de rodagem e cruise control adaptativo.

Todos estes integram também o conjunto de elementos com maior relevância para a redução do número de vítimas, a que se juntam o Sistema de deteção e sinais de trânsito e a Limitação inteligente da velocidade.

Por fim, nos ADAS considerados mais eficazes para evitar uma alta letalidade nos acidentes, os especialistas acrescentam a Advertência de condutor em sentido contrário, a Iluminação dinâmica em curva e o Sistema de deteção de fadiga ao volante.

Cada um destes sistemas será introduzido de forma progressiva, a partir de 2022.