Andar de carro vai custar mais em 2022

30/12/2021

Portagens, inspeções periódicas e os preços dos carregamentos de carros elétricos vão sofrer aumentos a partir de janeiro.

Ano novo, regras novas. A somar ao mais que provável agravamento dos preços dos combustíveis e dos carros novos e usados (ainda reflexo da crise dos semicondutores que afeta a indústria), a partir do dia 1 de janeiro também os preços das inspeções técnicas para veículos vão subir. As tarifas para os automóveis ligeiros aumentam para 31,80 euros, enquanto os condutores de veículos pesados passam a pagar 47,59 euros.

A deliberação publicada em Diário da República refere que as subidas dos preços acompanham a taxa de inflação determinada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), sublinhando-se que “as tarifas são atualizadas, anualmente, de acordo com a taxa de inflação medida pelo índice de Preços no Consumidor Total (sem habitação) — taxa de variação média anual por referência ao último mês que esteja disponível, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística”.

Contas feitas, os veículos ligeiros vão pagar mais 31 cêntimos por cada inspeção periódica, traduzindo o aumento do preço base de 25,60 euros para 25,85 euros, valor ao qual se soma a taxa de IVA (23%).

Nos veículos pesados o aumento é de 47 cêntimos, com o preço total a fixar-se nos 47,59 euros – o valor base (sem IVA) sobe de 38,21 euros para 38,69 euros.

O valor para as IPO a motas, triciclos ou quadriciclos passa para 16,01 euros (aumento de 16 cêntimos), enquanto os reboques e semirreboques vão pagar 31,80 euros.

Reinspeções e atribuição ou reposição de matrícula também ficam mais caras em 2022, com tarifas de 7,97 euros (mais 7 cêntimos) e 79,37 euros (em vez de 78,60 euros), respetivamente.

Portagens aumentam, mas há exceções

A Brisa já confirmou aumentos nos preços para 28 das 93 portagens nas autoestradas nacionais. De acordo com aquela empresa, o aumento do preço das portagens em 2022 será de 1,57% e conforme legalmente estipulado, tem por base a taxa de inflação homóloga – no continente, sem habitação, relembrando em comunicado que as taxas não eram atualizadas desde 2019 – em 2020 e 2021 os preços mantiveram-se inalterados.

Dos percursos que a Brisa classifica como principais, o aumento mais significativo vai verificar-se na A2 – autoestrada que Lisboa ao Algarve –, a custar mais 35 cêntimos.

Aumentos nos principais percursos:

A5 – Lisboa/Cascais — 0,05 €

A3 – Porto/Valença — 0,25€

A4 – Porto/Amarante — 0,05 €

A1 – Sublanço Maia/Santo Tirso — 0,05 €

A6 – Marateca/Caia — 0,20 €

A1 – Lisboa/Porto — 0,20 €

A2 – Lisboa/Algarve — 0,35 €

Carregar o carro elétrico vai pesar mais na carteira

Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) aprovou as tarifas da Entidade Gestora da Mobilidade Elétrica (EGME) – a Mobi.e – para 2022, com novidades que incluem o aumento de 79% da taxa aplicada aos Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME).

Significa que, no ano novo, a tarifa da Mobi.e aplicável aos CEME passe de 0,1657 €/carregamento para 0,2964 €/carregamento.

Também a taxa da Mobi.e aplicável aos Operadores de Pontos de Carregamento (OPC) vai sofrer um agravamento de 79%, que se traduz no aumento de 0,1657 €/carregamento para 0,2964 €/carregamento em 2022.

ATUALIZAÇÃO de 4/01/2022): Pouco depois de escrito o artigo, o Governo anunciou que foram tomadas medidas para anular o impacto previsto do aumento dos carregamentos públicos dos veículos elétricos, mantendo-se o seu custo. Para ler mais sobre o assunto, siga este link.