Associação defende que esta prática das companhias seguradoras, durante a vigência do Estado de Emergência do país, “fragiliza” oficinas e famílias.
A Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN) veio hoje a público manifestar o seu “repúdio” pelo facto de, “durante a vigência do Estado de Emergência, alegadamente, algumas companhias seguradoras terem pugnado pela realização de peritagem através de videoconferência, a partir da habitação dos lesados”.
Garante a ARAN “não ser possível, durante este período excecional, realizar peritagens noutros moldes. Por outro lado, outras companhias seguradoras têm feito deslocar os seus peritos junto dos veículos sinistrados, realizando peritagens porta a porta”, adianta. “Nessa sequência, podem os acordos quanto ao valor das indemnizações ser firmados de imediato, sem que haja lugar ao pagamento dos correspondentes impostos”, sublinha a empresa.
Em comunicado oficial, a associação esclarece que “a adoção de tais práticas, inviabiliza as soluções de reparação, na medida em que, caso os lesados queiram proceder posteriormente à reparação, terão de suportar do seu bolso o IVA respetivo”. E acrescenta. “Por outro lado, as medidas de contenção da propagação da pandemia Covid-19, têm por consequência que muitas famílias vejam o seu rendimento diminuído, e por via disso, aceitam, sem quaisquer reservas, receber o pagamento direto da indemnização”.
Avaliação nas oficinas
Para a ARAN, a realização de peritagens por videoconferência, “nesta fase”, é única viável. Mas defende que se acautele uma “adequada avaliação dos danos dos veículos sinistrados em locais apropriados para esse efeito, ou seja, nas oficinas, pois dos acidentes poderão até ter resultado danos aparentes que não são possíveis de identificar por quem não tenha conhecimento especializados, e, por essa via, pôr em crise a própria segurança rodoviária”, enfatiza a associação.
“Além dos mais”, acrescenta, “muitas oficinas, na vigência do Estado de Emergência, têm disponibilizando serviços de recolha e entrega dos veículos em casa dos clientes, nos termos em que a lei o permite”, afirma. “Aliás, relembramos que, na declaração do Estado de Emergência, a atividade de reparação e manutenção de veículos automóveis foi classificada como essencial, pelo que se afigura fundamental que valores como a segurança rodoviária sejam acautelados, à semelhança de outros”, remata o comunicado da ARAN.