Mesmo assim, e mesmo se o trânsito naquela zona era praticamente nulo, com o superdesportivo equipado com um motor W16 assistido por quatro turbos para uma potência máxima de 1500 CV a atingir incríveis 417 km/h, as reações não se fizeram esperar, incluindo por parte do Governo alemão, que veio a público condenar aquela atuação através de um comunicado, no qual rejeitava “qualquer comportamento no trânsito que leve ou possa levar à colocação em perigo dos utilizadores das estradas”. O Ministério dos Transportes da Alemanha acrescentou ainda que só porque algumas secções das autoestradas não têm limites explícitos de velocidade, isso não significa que se possa ir à velocidade que se quer.
Foi aberta uma investigação, com Passer a arriscar pena de até dois anos de prisão.
Na altura, também a Bugatti se demarcou do sucedido em comunicado oficial, onde esclareceu: “A Bugatti a par do vídeo de um Bugatti Chiron a ser conduzido a alta velocidade numa auto-estrada alemã. No entanto, devido à possível investigação a ser conduzida pelo Ministério Público, a Bugatti Automobiles não deseja comentar ou antecipar quaisquer outras avaliações relativas ao incidente referido. Para nós, enquanto empresa, uma conduta responsável perante clientes, acionistas, funcionários e sociedade, e sobretudo a conformidade com a lei e as diretrizes internas de conformidade da Bugatti, é uma prioridade máxima. Na nossa opinião, é preciso ter sempre um comportamento responsável quando se participa no tráfego rodoviário. Como empresa, rejeitamos/distanciamo-nos de qualquer comportamento na estrada que conduza a um perigo concreto para os utentes da estrada”
Finalmente, a resoluçãoAgora, vários meses depois da façanha polémica, a justiça alemã decidiu não apresentar queixa contra o milionário checo. De acordo com a agência de notícias DPA, após a criteriosa análise das gravações, as autoridades concluíram que Radim Passer não infringiu qualquer lei e não colocou em perigo nenhum utilizador da via durante a condução, porque «escolheu o melhor momento e as melhores condições” para levar a cabo o referido teste de velocidade.
Na descrição que acompanha o vídeo publicado por Passer pode ler-se: “O troço da A2 era de três faixas, 10 quilómetros de reta com uma ligeira descida a meio, pelo que havia visibilidade em todo o troço. A segurança era uma prioridade, pelo que as circunstâncias tinham de ser seguras para o fazer”.