Bicicletas públicas têm de aparecer na cidade do Porto, defende especialista

20/03/2024

A presidente da empresa Mobilidade e Planeamento do Território, Paula Teles, defende a existência de uma rede pública de bicicletas partilháveis na cidade do Porto e a sua integração no Andante.

 

A especialista em mobilidade urbana e presidente da empresa Mobilidade e Planeamento do Território, Paula Teles, defendeu num debate sobre os fluxos turísticos na cidade do Porto que a “Invicta” deveria ter uma rede pública de partilha de bicicletas integrada no sistema Andante.

Estas declarações foram feitas no âmbito de uma mesa redonda, subordinada ao tema “Estratégia de base para a dispersão dos fluxos turísticos do destino Porto e a criação de Quarteirões no Concelho do Porto”. Esta mesa redonda foi moderada por Vânia Rosa (E&Y Parthenon) e teve ainda como membros do painel, além de Paula Teles, Carlos Brito (Professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto), Simão Bolivar (Curador Artístico e Cultural) e Hélder Pacheco (investigador, escritor e cronista).

Para Paula Teles, “o Porto ainda não tem isso e tem que ter: as bicicletas públicas têm que aparecer. E têm que aparecer rápido. Não chega só as empresas privadas. Tem que ser um trabalho público. É preciso comprar muita bicicleta, serem já quase gratuitas, que façam parte do Andante”, diz.

Destacando que a pressão turística aumenta a pressão sobre a mobilidade, a consultora na área da mobilidade que é também presidente do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade, lembra que, apesar das dificuldades em circular e do congestionamento de trânsito, o automóvel particular continua a ir até ao centro da cidade “porque nada o impede, muitas das vezes”.

Nesse sentido, salienta esta especialista, é necessário “desenhar passeios, desenhar praças, colocar árvores, bancos de jardins, humanizar, para esta vivência urbana poder existir” e ser ainda possível conjugar planeamento, mobilidade, espaço público e turismo.

Paula Teles defende que muitos dos percursos entre os vários quarteirões da cidade “vão ter que se fazer a pé”, de bicicleta ou “em veículos mais amigos do ambiente e mais verdes”, tudo “numa rede musculada de mobilidade urbana sustentável”.