Capacete de cortiça vence prémio James Dyson Award em Portugal

13/09/2023

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Chama-se Flattie, e tem como objetivo a promoção da utilização do capacete na micromobilidade urbana. Em Portugal, 48% dos condutores de automóveis complementa a mobilidade com trotinetas e bicicletas, bem como transportes públicos, de acordo com Observador Cetelem Automóvel 2023.

 

No entanto, este aumento vem acompanhado de um crescimento no número de acidentes e ferimentos. Em quatro anos, os feridos em acidentes que envolvem bicicletas, trotinetas e skates quase triplicaram. Em 2022, o INEM registou 6,280 feridos, enquanto em 2021 foram 3,251.

O capacete dobrável com um forro de cortiça aglomerada tem um revestimento de poliuretano termoplástico (TPU) e as cavidades contêm fluído espessante de cisalhamento (STF), materiais que proporcionam uma proteção robusta contra impactos, mantendo a flexibilidade. Quando aberto completamente, fica com uma dimensão semelhante a um computador portátil de 15’’.

A Invenção

O Flattie foi criado por Gabriel Serra, Designer Industrial e estudante de doutoramento em Engenharia Mecânica na Universidade de Aveiro. É licenciado em Design Industrial e mestre em Engenharia e Design de Produto. Gabriel aponta a psicologia do consumo, a economia circular e sustentabilidade, e o marketing como algumas das suas áreas de interesse. O vencedor português vê no James Dyson Award a oportunidade de operacionalizar o projeto e concretizar o seu sonho de o colocar no mercado.

Vencer a fase nacional do James Dyson Award resulta num prémio de 5,700€ para o Flattie. Segundo o vencedor, Gabriel Serra, a próxima fase do projeto consiste no aperfeiçoamento do produto, em termos de design e testes com utilizadores.

O processo de design foi muito desafiante, uma vez que a ideia era não só reduzir o atrito na adoção de capacetes pelos utilizadores de micromobilidade, mas também inovar em termos de sustentabilidade, criando um capacete com uma menor pegada de carbono e totalmente circular. Este material amigo do ambiente não só aumenta a segurança ao resistir a múltiplos impactos sem perder as suas capacidades de proteção como se torna sustentável pelo facto do material resistente permitir um uso mais prolongado do produto. Vencer o James Dyson Award, com o seu prestígio, é uma grande honra, e acredito que pode ser o apoio que o projeto precisa para dar um próximo passo.” – explica Gabriel.

Diogo Gomes de Araújo, da Agência Nacional de Inovação, júri nacional do James Dyson Award, refere ainda que: “Os projetos submetidos foram bastante interessantes, procurando resolver diferentes problemas que afetam a nossa sociedade. A chegada do James Dyson Award é uma mais-valia para estimular a inovação de origem académica, esperando que esta primeira edição em Portugal seja um bom começo e que traga oportunidades de crescimento para as ideias dos nossos jovens empreendedores.

Por ter ganho a competição nacional, Gabriel Serra habilita-se a entrar na lista dos vinte melhores projetos internacionais do James Dyson Award, que será anunciada a 18 de Outubro. Os vencedores serão conhecidos a 15 de Novembro.