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Centro de controlo virtual inteligente para gerir estrada

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A Indra vai aplicar realidade aumentada num centro de controlo virtual de tráfego em Espanha para facilitar as operações de manutenção de forma remota e uma réplica virtual (gémeo digital) que permitirá a gestão do equipamento rodoviário em tempo real.

A empresa Indra está a trabalhar na criação de um gémeo digital e de um centro de controlo virtual no troço 2 da autoestrada A-2 do Nordeste, em Guadalajara, Espanha.

Este projeto faz parte de um dos “pilotos” da iniciativa europia de I&D&i Omicron que visa melhorar a manutenção da rede rodoviária europeia, assim como a sua sustentabilidade.

O objetivo do projeto em concreto é desenvolver uma plataforma de gestão inteligente de ativos que irá contribuir para a redução de acidentes e custos de manutenção, aumentar a capacidade e disponibilidade da rede rodoviária e melhorar a eficiência das ações de intervenção rodoviária.

No caso do projeto-piloto espanhol, liderado pela Indra e que conta com a colaboração da Acciona e do Ministério dos Transportes, Mobilidade e Agenda Urbana de Espanha, como proprietário das infraestruturas, está previsto desenvolver diferentes tecnologias que facilitem a digitalização das estradas e a melhoria das atividades de inspeção e manutenção das mesmas, para avançar para o smart maintenance – uma manutenção mais inteligente, preditiva e sustentável.

PROJETO-PILOTO SERÁ APLICADO NA AUTOESTRADA A-2 DE MADRID.

Por exemplo, a Indra criará, através da sua filial de engenharia civil Prointec e em colaboração com outros parceiros do projeto, um gémeo digital da estrada, uma réplica virtual feita à imagem e semelhança da infraestrutura, baseada na metodologia BIM, que centralizará toda a informação sobre a autoestrada, pavimento, pontes, túneis, sistemas de iluminação e sinalização.

Este gémeo digital integrará em tempo real toda a informação recolhida na plataforma inteligente do projeto, incluindo as enviadas da própria estrada pelos veículos de manutenção ligados à infraestrutura, graças aos sistemas C-ITS e aos sistemas de comunicação V2X implementados no projeto.

Este gémeo digital, juntamente com uma ferramenta de apoio à decisão, facilitará a industrialização e automatização de algumas das tarefas necessárias para a gestão rodoviária, que atualmente têm uma elevada componente física e de mão-de-obra intensiva.

Isto representará um salto qualitativo em termos de realização de trabalhos de manutenção e da otimização e sustentabilidade da exploração da estrada.

A partir de qualquer parte do mundo

O projeto-piloto na A-2 inclui também o desenvolvimento de um centro de controlo virtual descentralizado, que permitirá aos operadores aceder a toda a informação, interagir e operar a autoestrada de forma remota a partir de qualquer parte do mundo, facilitando os trabalhos de manutenção.

“Esta solução é especialmente relevante caso seja necessário minimizar a presença de profissionais devido a contingências que os impeçam de se deslocar, e também no caso de se ter de atuar numa emergência, como um incêndio, em infraestruturas críticas e complexas, como túneis”, explica a Indra.

Neste último caso, o centro de controlo transformar-se-ia numa sala de crise virtual que tornaria possível a todos os atores e equipas de emergência que têm de intervir estarem em comunicação contínua via videochamada, conhecerem plenamente a situação da infraestrutura através da realidade aumentada sobre o gémeo digital e agirem desde o primeiro momento de forma ágil e coordenada.

“Este centro de controlo virtual é uma solução pioneira resultante da ideia de um dos nossos profissionais que ganhou os Inovadores, a iniciativa de intraempreendedorismo da Indra para canalizar e apoiar o desenvolvimento das ideias mais disruptivas dos profissionais. No piloto da A-2, a ideia tornar-se-á uma realidade e provará a sua validade e eficácia na melhoria da gestão do tráfego e das infraestruturas”, diz Isa Cano, Diretora de Estratégia, Investimento e Desenvolvimento Empresarial para a Mobilidade da Indra.

Além disso, os técnicos de manutenção contarão com uma nova ferramenta de realidade virtual e realidade aumentada nos seus dispositivos móveis para apoiar a sua atividade e as operações de manutenção na estrada.

O projeto Omicron, do qual faz parte o projeto-piloto liderado pela Indra, durará três anos e tem um orçamento de cinco milhões de euros, financiado pelo programa europeu de inovação Horizon 2020.

Outros projetos, outras soluções noutras latitudes
“Estamos a trazer ao mercado soluções pioneiras que facilitam a transição para novos modelos de mobilidade avançada e sustentável, incorporando inteligência e visão artificial, big data, blockchain, serviços C-ITS e realidade aumentada na gestão do tráfego e dos transportes”, salienta Isa Cano.
Entre essas soluções, destacam-se: um sistema de deteção de veículos de elevada ocupação, que a Indra já está a implementar nos Estados Unidos, nas chamadas Managed Lines, para promover políticas de mobilidade mais sustentáveis no acesso às grandes cidades; um sistema de portagens equipado com blockchain para melhorar a segurança e a rastreabilidade das transações, que está a ser testado no México; e a plataforma especializada em mobilidade inteligente, In-Mova Space, que serve de base a numerosos projetos em todo o mundo, e que permite integrar todo o ecossistema de transportes e infraestruturas e gerar um cenário de colaboração em que todos os dados são partilhados e a informação é enriquecida pela aplicação de analítica inteligente, aprendizagem e modelos preditivos.