Tribunal dos Estados Unidos avança com decisão: 9,8 milhões para indemnizar vítimas no escândalo dos componentes Takata.

Em 2016, o fabricante de componentes Takata protagonizava o episódio mais negros da sua história e um dos maiores escândalos conhecidos na indústria automóvel. A companhia japonesa equipara quase 100 milhões de automóveis em todo o mundo com airbags defeituosos, de que resultaram mais de duas dezenas de mortes.

Agora, segundo avança o Detroit News, começa a ser revelado o plano de indemnizações a pagar às vítimas, num total de 9,8 milhões de dólares, verba que provém de fundo de garantia criado para este propósito, uma vez que a companhia acabou por falir em julho de 2017.

Apesar do escândalo ter dimensão mundial, com modelos alvo de recolha também em Portugal, o Tribunal de Michigan, nos Estados Unidos, tomou a dianteira no caso, fixando os valores para a primeira fase de pagamentos, que estabelece um valor por vítima de cerca de 600 dólares. Para o efeito foi criado um sistema de pontos, sendo o total calculado em função da lesão causada pelo airbag defeituoso.

Nos Estados Unidos, a recolha às oficinas para substituição dos componentes produzidos pela Takata afetaram cerca de 13% do parque circulante, sendo que só no mercado norte-americano há a lamentar 16 mortes e mais de 250 feridos, por falha naquele componente. Fora daquele mercado, estima-se que o número de vítimas mortais ultrapassou as duas dezenas.

O que correu mal?

Segundo apuraram as investigações, o problema dos ‘airbags mortais’, como ficaram conhecidos nos media por todo o mundo, está relacionado com o momento da ativação. Os airbags, produzidos por uma filial da Takata no México, usavam nitrato de amónio nos insufladores, um gás instável e com o passar do tempo e em condições de elevada humidade, e que causava a explosão dos insufladores no momento da ativação do airbag.