O novo coronavírus poderá estar a provocar uma mudança de hábitos relacionados com a mobilidade. Estudo realizado em Espanha revela que 20% dos cidadãos que habitualmente utiliza transportes públicos, durante a pandemia, pretende voltar ao veículo particular no final do confinamento.
São muitas as mudanças que a covid-19 está a provocar na sociedade. E as rotinas de mobilidade, um pouco por todo o Mundo, são aquelas que mais alterações estão a sofrer.
Na China, por exemplo, a falta de confiança nos transportes públicos levou a um aumento das vendas de veículos, com muitos cidadãos deste país asiático a confirmarem que mudaram os seus hábitos de locomoção.
Será assim em todos os países? Em Portugal, o estado de emergência e o confinamento da população também alteraram, por completo, a forma como a sociedade se move. Ainda é cedo para analisar, profundamente, a alteração de comportamentos. Mas um estudo da Race, na nossa vizinha Espanha, indica que 20% dos condutores que foram trabalhar de transporte público, durante a pandemia, optará, de futuro, pelo transporte particular.
A pesquisa, parte do Observatório de Condutores, centra-se, em particular, no uso do veículo durante a crise do novo coronavírus e nas previsões para o pós-pandemia.
Entre todas as conclusões, sobressai que 20% dos entrevistados que optaram por fazer as deslocações casa-trabalho de transporte público mudarão para o veículo próprio, mal exista uma “abertura” da sociedade, enquanto todos os que tomaram esta opção antes da crise, continuarão a fazê-lo quando esta for ultrapassada. Mais. Segundo o mesmo estudo, 25% dos condutores que costuma também andar a pé, manifestaram a intenção de recorrer ao seu próprio automóvel no final do confinamento. Por outro lado, 70% dos inquiridos afirma ter já conduzido durante o período de pandemia. E os motivos são variados: 83% para fazer compras; 53% para abastecer o automóvel; 39% para ir trabalhar ou à farmácia; e 22% para ir apoiar idosos dependentes.
Já 9% adianta ter usado o automóvel quando, antes do confinamento, recorria a outras formas de transporte. E 6% admite ter usado o veículo por outros motivos não contemplados nas regras do estado de emergência.