Crise de semicondutores por mais dois anos

13/04/2022

Alto responsável da Volkswagen prevê problemas na cadeia de fornecimento para a indústria automóvel até 2024.

Os analistas são unânimes, a falta de semicondutores para a indústria automóvel está a revelar-se tão severa quanto os confinamentos resultantes da covid-19 no ano passado. Vimos fábricas a fecharem em todo o mundo e, neste momento, os construtores estão em dificuldades para encontrar uma solução para os problemas na cadeia de fornecimento. Crise que não deverá ser resolvida tão cedo, pelo menos essa é a convicção de Arno Antlitz, Diretor Financeiro do grupo Volkswagen, que afirmou em entrevista que a escassez dos “chips” só conhecerá em 2023 uma melhoria ligeira.

«A situação deverá melhorar em 2023, mas o problema estrutural não deverá estar totalmente resolvido», afirmou o responsável da VW, prevendo que a falta de alguns componentes eletrónicos se mantenha até 2024.

O Grupo VW já suspendeu a produção em várias fábricas, tanto na Alemanha como noutros países, devido não só à crise dos semicondutores, mas mais recentemente por falta de cablagens, provenientes da Ucrânia.

Afinal, quantos chips são precisos para fazer um carro?

De acordo com os franceses do Le Journal de l’Automobile, um BMW X1, na sua versão “standart”, utiliza a soma exata de 1.254 semicondutores. Número que vai variando de acordo com as especificações de fábrica, aumentando exponencialmente com a adoção de mais equipamentos.

De acordo com a mesma fonte, que cita dados da A2Mac1, uma empresa especializada em tecnologia automóvel, um único exemplar do Mercedes-Benz Classe S necessita de nada menos que 2.444 semicondutores. Já para fabricar um Tesla Model 3 são usados em média 1380 chips.

Já para um Dacia Duster da geração atual, 180 semicondutores chegam para fazer funcionar todos os sistemas, enquanto um Peugeot 208 usa 257 destes chips.