Depois do vírus, a falta de ‘chips’. É a indústria automóvel a experimentar a famosa Lei de Murphy, que diz quando alguma coisa pode correr mal, vai correr mal no pior momento possível.
Após uma crise pandémica que parou fábricas, fechou concessionários e provocou travagem a fundo nas vendas, volta a haver vontade de comprar carros. Mas os fabricantes não os conseguem entregar. Faltam processadores e componentes semicondutores que fazem funcionar vários sistemas do automóvel, desde a gestão eletrónica do motor aos assistentes à condução e de infoentretenimento.
Os modelos atuais integram mais de 100 componentes semicondutores e, com a concorrência direta da gigantesca indústria dos computadores, das consolas de jogos e todo o tipo de material informático, não chegam para as encomendas.
Estima-se que, em 2021, vão deixar de produzir-se entre 1,5 e 5 milhões de automóveis, por falta de ‘chips’. Uma crise que afeta todos os grandes construtores mundiais, obrigados a abrandar muito o ritmo da produção. Muitos têm de parar.
Na Ford, durante uma ou duas semanas, a cadência de produção dos modelos F-150, Explorer e Mustang baixará de forma significativa, provocando atrasos cada vez maiores nas entregas. As fábricas da oval azul em Chicago, Flat Rock e Kansas City vão estar encerradas até à semana de 10 de maio.
General Motors
Várias fábricas da General Motors foram obrigadas a abrandar devido à escassez de semicondutores, uma decisão que afetou mais de 10.000 trabalhadores. As unidades de Spring Hill e Delta Township, nos Estados Unidos, e Ramos Arizpe, no México, vão estar encerradas uma ou duas semanas. Lansing, Kansas City e Ingersoll (EEUU) vão prolongar o período de inatividade em que se encontram. Entre os modelos mais afetados pela falta de componentes estão os Chevrolet Camaro, Chevrolet Equinox, Chevrolet Malibu, Chevrolet Traverse, Cadillac XT4, Cadillac XT5, Cadillac XT6 y GMC Acadia.
Grupo Volkswagen
De acordo com o jornal alemão Handelsblatt, a fábrica de Bratislava, na Eslováquia, onde se fabricam modelos das marcas Volkswagen, Audi e Porsche, vai parar a produção dos modelos Audi Q7, Audi Q8, Porsche Cayenne y Volkswagen Touareg, até ao próximo dia 7 de maio.
Hyundai
No início de abril, o fabricante sul-coreano foi obrigado a para as linhas de Asan e Ulsan, e fontes da marca admitem que, este mês, decisões semelhantes serão tomadas para adaptar o ritmo da produção à disponibilidade de componentes semicondutores.
Jaguar e Land Rover
De acordo com a Bloomberg, o fabricante britânico vai suspender temporariamente a produção nas suas fábricas de Castle Bromwich e Halewood, devido à falta de ‘chips’ para equipar os modelos Jaguar XE, Jaguar XF, Jaguar F-Type, Land Rover Discovery y Land Rover Range Rover Evoque.
Jeep
No Automotive News, a informação da redução de turnos nas unidades de Jefferson North, em Detroit, para todo o mês de maio. Em condições normais, esta fábrica da marca norte-americana trabalha em três turnos, que em abril se reduziram para um. Em maio, a dois turnos estão previstos. O Jeep Grand Cherokee e o Dodge Durango são os modelos mais afetados.
Mercedes-Benz
A marca alemã informou que vai parar durante uma semana a produção em duas fábricas na Alemanha: Bremen e Rastatt. O novo Classe C, o GLC e o EQC são os modelos que sofrem com mais atrasos.
Mitsubishi
Prevê quebras na produção na ordem os 20% em maio. A marca japonesa não indicou quais os seus modelos mais afetados pela ‘crise dos chips’, mas confirmou que as dificuldades maiores são sentidas nas unidades Okazaki e Mizushima, no Japão e na Tailândia.
Nissan
A marca japonesa vai abdicar do turno da noite em muitas das suas fábricas durante todo o mês de maio. E a produção está parada nas unidades americanas de Smyrna, Tennessee e Canton, e em Kyushu, no Japão. Os modelos mais afetados são o Altima, o Leaf, o Maxima, o Murano e o Rogue.