E se a música que está a ouvir afetar a autonomia do seu carro elétrico?

17/04/2022

Estudo científico da Kia no Reino Unido concluiu que a música afeta o estilo de condução e, consequentemente, a autonomia de um veículo elétrico.

Nas viagens de automóvel, a música é sempre uma boa companhia. E, hoje, em carros cada vez mais silenciosos, a escolha de uma boa banda sonora é ainda mais importante para tornar a condução mais emocionante. O que nós não sabíamos é que há uma relação direta entre o estilo de música que escutamos ao volante e os quilómetros que conseguimos fazer num carro elétrico.

Algumas pesquisas já revelaram que as canções com um elevado número de batidas por minutos incrementam o potencial de má condução – um estudo levado a cabo por uma companhia britânica de financiamento automóvel, a Moneybarn, que utilizou uma lista de músicas da plataforma de música Spotify como base, concluiu que quanto mais acelerada e ritmada a ‘batida’, mais perigosas as ações ao volante.

Agora, a Kia realizou um trabalho semelhante para determinar de que forma a banda sonora que selecionamos em viagem também pode afetar a autonomia de um veículo elétrico.

Como? Uma equipa de especialistas em acústica e ciência do som da Universidade de Salford, em Inglaterra, analisou os dados biométricos dos condutores para identificar os temas que deram lugar a uma atividade eletrodérmica variável e a um aumento do volume sanguíneo e, dessa forma, afetam realmente o estilo de condução.

Para o estudo, o modelo escolhido foi o Kia EV6 GT-Line S, superiormente equipado com o sistema de áudio de topo da Meridian Audio, com 14 colunas, conduzido num percurso de cerca de 30 quilómetros, combinando estradas urbanas congestionadas, vias residenciais e troços de autoestrada.

Todos os participantes conduziram ao som de uma lista predeterminada, na mesma ordem e volume: ‘Awake’ de Tycho, ‘Hello’ de Adele, ‘Blinding Lights’ de The Weeknd, ‘Nautilus’ de Anna Meredith, ‘Fade’ de Kanye West e a Nona Sinfonia de Beethoven (também conhecida como ‘Coral’).

Até quatro vezes eficientes

Resultado: medidos todos os parâmetros, o estudo revelou que a música ouvida durante a condução tem uma “influência dramática” na autonomia real de um veículo elétrico, com a música clássica a assumir-se como o género que mais contribui para uma maior autonomia.

A música clássica foi responsável por 7,7% do gasto médio de energia, as baladas por 13,3% e com música pop de ritmo acelerado esse valor sobe para 23,6%.

Contas feitas, os condutores foram até quatro vezes mais eficientes quando conduziam ao som de Beethoven.

No extremo oposto, no estudo promovido pela Kia ficou provado que o tema do canadiano The Weeknd tornava os participantes duas vezes mais gastadores: todos revelaram uma tendência pisaram mais no acelerador para imprimir um ritmo mais vivo na condução, aumentando o consumo de energia. Adele fica a meio caminho entre o compositor alemão e a estrela do R&B alternativo.

“O que descobrimos em apenas dois dias de testes foi que a música pode, realmente, ter uma influência dramática na autonomia real de um veículo elétrico”, explicou Duncan Williams, professor da Curso de Ciências, Engenharia e Meio Ambiente da Universidade de Salford. De acordo com aquele especialista, “se o seu objectivo é ir o mais longe possível, então, ouça Beethoven e outras músicas clássicas relaxantes; pelo contrário, se a autonomia é algo que não o preocupa no momento, então, opte por músicas com um ritmo mais rápido.”