Ecrãs táteis cada vez maiores e… mais perigosos?

17/04/2022

Os ecrãs táteis atrasam os tempos de reação por parte dos condutores, obrigam a desviar a atenção da estrada e podem gerar acidentes.

Na era digital, os ecrãs ‘touch’ estão a tomar conta dos painéis de bordo dos automóveis modernos, mas o aumento das dimensões dos ecrãs digitais e das funções associadas, mas será a melhor solução do ponto de vista da segurança? A empresa VNC Automotive, ‘start-up’ britânica (de Cambridge), pioneira ao nível de ‘software’ para a indústria automóvel em todo o mundo, inumera prós e contras da tecnologia que está a ditar o desaparecimento dos botões físicos dos habitáculos dos carros que conduzimos.

«Com um interface ’touch-screen’ gigante é possível economizar custos ao nível do ‘hardware’, implementando tudo no ‘software’, mas existe uma crescente inquietação sobre a velocidade a que a indústria está a pensar colocar tudo num único ecrã…».

Mais de 600 metros às cegas

Os estudos confirmam que atividades simples, como comer ou falar com os passageiros, também podem distrair o condutor e prejudicar a sua capacidade de detetar situações de perigo, mas os especialistas estão mais preocupados com os efeitos do crescente aumento das tecnologias embarcadas nos veículos, com foco nas centrais de multimédia.

Um estudo recente do ‘Transport Research Laboratory’ no Reino Unido revela que apenas para acederem a uma música no Spotify através de um ecrã tátil, os condutores desviam o olhar da estrada durante cerca de 20 segundos, o suficiente para se percorrer 630 metros às cegas a 110 km/h.

A tarefa que a maioria dos condutores tem mais dificuldade em fazer num monitor tátil é a programação de um destino no sistema de navegação. Em média, são 40 segundos em que a atenção não vai toda para a estrada, quando os estudos indicam que um desvio do olhar de apenas dois segundos duplica a probabilidade de acidente!