Os Estados-membros receberam já um projeto de regulamento para as medidas propostas e a votação deverá ocorrer já no próximo dia 4, de acordo com várias fontes citadas pela imprensa internacional.
A marcação da votação ocorre numa altura em que Bruxelas e Pequim tentam ainda encontrar uma solução alternativa, que pode passar por garantir um preço mínimo aos automóveis elétricos produzidos na China.
Essas negociações levaram mesmo a um adiamento da votação entre os Estados-membros. Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês afirmou que equipas técnicas das duas partes “estão a negociar um plano de compromisso de preço flexível, e a fazer todos os esforços para chegar a um consenso sobre o enquadramento da solução antes da decisão final.”
Na ordem do dia pode estar um preço mínimo que compense os subsídios à produção de automóveis elétricos que Pequim atribui e que a União Europeia acusa de distorcer o mercado.Se os Estados-membros aprovarem o pacote de tarifas adicionais à importação de automóveis elétricos chineses, e que podem chegar aos 45% do valor do veículo, as tarifas entrarão definitivamente em vigor em novembro e manter-se-ão durante 5 anos.
Para que a medida não avance, é necessária uma maioria qualificada de 15 Estados-membros que representem 65% da população da União Europeia.
Apesar de os analistas estarem convencidos de que as taxas aduaneiras aos automóveis chineses vão passar, há sinais que anteveem uma batalha mais dura.
Com efeito, a Alemanha já fez saber que é contra as taxas, bem como a Hungria. “Não sou adepto dos direitos compensatórios, porque é provável que isso conduza a contramedidas e nos envolva numa disputa tarifária, talvez uma guerra tarifária, com a China”, disse o ministro alemão da Economia, Robert Habeck, em 23 de setembro.
Estes países temem que se abra um conflito aduaneiro com a China se a medida for para a frente. A República Popular da China é o segundo maior parceiro comercial da Europa e os dois fizeram 739 mil milhões de euros em comércio no ano passado.