Em comparação com o mês de maio de 2019, as exportações de componentes automóveis registam uma descida na ordem dos 21%.
As exportações de componentes automóveis registaram, em maio último, uma queda de 21% face ao mesmo mês de 2019, situando-se nos 708 milhões de euros.
“Desta forma, e analisando as vendas ao exterior durante os primeiros cinco meses do ano, nota-se que foi apenas em março que as exportações se situaram acima do nível verificado em 2019”, explica a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) em comunicado.
Em relação ao acumulado, até ao mês de maio de 2021, as exportações de componentes automóveis atingiram os 4082 milhões de euros, o que representa uma diminuição de 4% em relação a 2019.
“Note-se ainda que as vendas de automóveis na Europa, e principal destino dos componentes fabricados em Portugal, quando comparadas com o ano de 2019, situam-se 33% abaixo, o que significa que até maio de 2021 venderam-se menos 1,7 milhões de automóveis face ao período de janeiro-maio de 2019”, diz a AFIA.
Quanto aos países de destino das exportações, de janeiro a maio de 2021 e quando comparados com 2019, Espanha mantém-se na liderança com vendas no valor de 1207 milhões de euros (+7,1%). A seguir surge a Alemanha com 809 milhões de euros (-8,9%), a França com 504 milhões de euros (-20,7%) e, finalmente, o Reino Unido com 202 milhões de euros (-43,2%). Na totalidade, estes países representam 67% do total das exportações portuguesas de componentes automóveis.
“É importante voltar a assinalar a boa performance da indústria portuguesa de componentes para automóveis, que num ambiente bastante adverso, consegue aumentar a sua quota de mercado e atingir níveis próximos da pré pandemia covid-19, o que confirma uma vez mais a resiliência desta indústria”, reforça a mesma fonte.
De resto, muitos dos problemas que têm afetado a indústria continuam a deixar a sua marca negativa. “A situação continua muito instável e a ser muito influenciada pela situação da pandemia, pela escassez de semicondutores e componentes eletrónicos, que está a afetar atividade dos construtores de automóveis. Algumas fábricas de construção automóvel na Europa atrasaram ou tiveram mesmo que parar temporariamente a produção por falta de chips, pelo que esta situação também está a afetar, obviamente, a indústria portuguesa de componentes para automóveis dadas as paragens na produção dos seus clientes”, revela a AFIA.
“A todos estes aspetos, juntamos ainda a falta de matérias-primas (aço, componentes metálicos, polímeros, borracha…) ou atrasos no seu fornecimento, aliado ao aumento substancial dos preços das mesmas, o que igualmente está a condicionar fortemente a atividade das empresas da indústria de componentes para automóveis”, acrescenta. Por sua vez, o Brexit “continua a atingir negativamente as exportações: desde 2017 que as exportações para o Reino Unido estão em queda, passando dos 458 milhões de euros para os 203 milhões de euros no acumulado até maio de 2021, o que representa uma descida de 56%”, acrescenta a AFIA.