O Fiat Panda é um daqueles modelos que dispensa apresentações: o aspeto compacto por excelência, a funcionalidade proporcionada pelas cinco portas e a agilidade urbana renderam-lhe muitos frutos e um estatuto muito relevante na vida de muitos italianos e europeus. Para se manter na estrada até 2027, a atual geração recebe uma atualização ligeira, que incide sobretudo na vertente tecnológica para respeitar as novas normas de segurança da UE a partir de julho. A versão Pandina chegará por essa altura e responde já a esses critérios.

O Panda tem um historial de sucesso impressionante na Europa, tendo nascido em 1980, tendo como curiosidade o facto de ter sido apresentado a 29 de fevereiro desse mesmo ano ao então Presidente italiano, Sandro Pertini. Desde então, o sucessor dos 126 e 127 tornou-se ‘rei’ do segmento dos citadinos, com mais de oito milhões de unidades vendidas em solo europeu, das quais 4.5 milhões pertenceram à primeira geração.

Ainda hoje, apesar de o segmento ter perdido ‘concorrentes’, continua a ser um exemplo da preferência por parte de um leque muito alargado de condutores, desde os mais jovens aos mais velhos, sobretudo para aqueles que passam muito do seu tempo em cidade. Na Europa, representa um terço das vendas totais do segmento A, enquanto em Itália é o líder consecutivo há 12 anos.

Ao longo dos anos, teve também muitas derivações, como o multifacetado Panda 4×4, o Diesel e, no futuro, também em versão elétrica, cuja apresentação está agendada para este verão. Aliás, o Panda dará origem a uma pequena família de modelos, num sinal de que a Fiat reconhece a importância de ter ícones.

Mas, o anúncio deste reforço tecnológico para o Panda vem também com uma declaração de interesses na continuidade da produção daquele mesmo modelo na fábrica italiana de Pomigliano D’Arco, colada a Nápoles, cidade pautada pelo ‘caos ordenado’ quase tradicional em Itália e pelo endeusamento constante de Diego Maradona e ao Napoli, o clube de futebol. Nas ruas, além de muitos tributos ao antigo futebolista, são incontáveis os exemplares do Panda. Sinal claro do seu sucesso.

O legado de Marchionne

Ao apresentar esta renovação, Olivier François, CEO da Fiat, recordou a importância do Panda para a marca, mas também para a própria malha laboral italiana e para a manutenção da Fiat como uma marca direcionada às necessidades das pessoas.

“O Panda é um automóvel que está muito no nosso coração e no coração da nossa fábrica. Somos orgulhosos e sentimos o bater do coração de um dos nossos modelos mais icónicos. A história de hoje não é só a de um carro, mas também a das pessoas que aqui trabalham. e que se empenham”, começou por dizer François, apontando o momento-chave em que o malogrado CEO da Fiat Chrysler Automobiles, Sergio Marchionne, trouxe a produção do Panda para Pomigliano D’Arco, em 2011.

A importância dos empregados e este empenho em manter a produção daquele modelo até 2027 foram mesmo duas das mensagens que mais foram transmitidas ao longo do evento: “A história somos nós”, evocou o francês, felicitando também o contributo dos empregados na fábrica oficialmente denominada Giambattista Vico.

“O nosso Pandina”

Pandina não é apenas uma designação para a edição especial deste Panda, com base no Cross. Na verdade, Pandina é a designação carinhosa com que os italianos designam este modelo tão popular na sua cultura, sendo o diminutivo, o equivalente português de ‘pandinha’.

“O novo Fiat Pandina é um tributo ao amor que os italianos têm pelo Panda. De facto, ‘Pandina’ é, na verdade, a alcunha que as pessoas deste país sempre deram ao automóvel. Orgulho-me de apresentar esta série especial no dia em que posso também anunciar que o Panda continuará a ser produzido em Pomigliano d’Arco pelo menos até 2027. A história de amor entre este Panda e Itália continuará por mais alguns anos, graças aos novos investimentos que o tornaram o mais tecnológico e seguro de sempre”, acrescentou Olivier François.

Essencial para essa manutenção é atribuição de um novo pacote de sistemas de segurança, os quais serão obrigatórios na União Europeia a partir de julho de 2024. O investimento no Panda significa que o 500 com motor de combustão irá desaparecer do mercado europeu até lá, uma vez que não irá cumprir com os regulamentos de segurança propostos pelas normas comunitárias. A Fiat assume que o Panda será o único modelo de segmento A (em torno dos 3,6 m de comprimento) com cinco portas do Grupo Stellantis e, ademais, com motores térmicos. O 500 elétrico, já adaptado à nova regulamentação, manter-se-á em comercialização de forma natural, conhecendo grande sucesso desde o seu lançamento.

Mais segurança, mais tecnologia

Com novas funcionalidades ADAS (assistentes de segurança e de condução), um novo painel de instrumentos digital e um novo volante, esta série especial constitui o Panda mais tecnológico e mais seguro de sempre. A série especial Pandina apresenta importantes atualizações em termos de segurança, passando a incluir, de série, o Sistema Avançado de Travagem de Emergência para evitar embates em trânsito citadino, o Aviso de transposição de faixa e o sistema de Reconhecimento de Sinais de Trânsito.

Outra mais-valia é o sensor de deteção de fadiga para avisar o condutor quando está cansado, indicando isso mesmo a partir de uma mensagem no também novo painel de instrumentos digital de 7 polegadas, com três grafismos distintos e mais completo. Os sensores de estacionamento traseiros também são de série, enquanto o novo Cruise Control mantém a velocidade definida – a partir de 30 km/h – sem necessidade de carregar no pedal do acelerador.

Nota, ainda, para a inclusão dos faróis de máximos automáticos, que adaptam automaticamente a iluminação às condições de circulação, com a maioria das funcionalidades de segurança e de assistência a assentarem na nova câmara montada no espelho retrovisor interior. Para além disso, seis airbags completam o equipamento de segurança de série.

O volante renovado e a possibilidade de incluir um novo ecrã tátil com rádio digital (DAB) e Apple CarPlay e Android Auto são outras adições à gama.

Do ponto de vista do design, na sua versão Cross, apresenta um novo painel frontal do tablier de cor branca e novos bancos com monograma e logótipo ‘Pandina’ em relevo, costura dupla amarela, detalhes brancos e fio Seaqual com matéria-prima sustentável, de origem totalmente rastreável, proveniente de lixo marinho.

O exterior é enriquecido com pormenores especiais, como a cara de um pequeno panda nos tampões das jantes, as capas dos retrovisores em amarelo, a inscrição ‘Pandina’ nas molduras laterais e uma serigrafia ‘Pandina’ no terceiro stop.

Para além das cores já existentes – Branco ‘Gelato’, Preto ‘Cinema’, Vermelho ‘Passione’ e Azul ‘Italia’ – o Pandina é proposto no novo Amarelo ‘Positano’ e em novas combinações bicolores (com tejadilho preto contrastante).

A nova série especial Pandina estará disponível a partir deste verão nos principais mercados europeus, com preços ainda por definir. A restante gama Panda também será agraciada com os mesmos sistemas tecnológicos para se manter no ‘ativo’ até 2027.

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.