Terceiro de três artigos sobre o estudo Foresight Portugal 2030, da Gulbenkian, com os cenários que o país enfrenta em vários setores. Os transportes são um deles.
Foresight Portugal 2030 é uma análise da autoria da Fundação Calouste Gulbenkian que pretende olhar para os grandes desafios da próxima década e do modo como o país pode aproveitá-los.
O documento examina as mais variadas áreas de intervenção que serão determinantes para o relançamento da economia de Portugal em bases sustentáveis e resilientes, isto num contexto de mitigação e adaptação às alterações climáticas.
O Welectric está a destacar o documento, ao longo de três artigos, sendo este o terceiro.
No primeiro fizemos um levantamento dos cenários da década em termos de recursos hídricos e proteção das zonas costeiras.
No segundo artigo, destacamos a energia.
Neste terceiro, o olhar recai sobre os transportes.
Em cada uma destas temáticas, a análise Foresight Portugal 2030 considera sempre três cenários: de continuidade face à situação atual (cenário mais conservador); de “diversificação incremental”; e de transformação (cenário mais ambicioso).
A nível dos transportes, a tónica é de reforço do transporte ferroviário, com ênfase para a renovação do traçado e da infraestrutura da Linha do Norte; da modernização (eletrificação e nova sinalização) das Linhas da Beira Alta e Beira Baixa; e da renovação das redes ferroviárias urbanas de passageiros e investimentos nos metropolitanos de Lisboa e do Porto.
O documento Foresight Portugal 2030 enfatiza ainda, no cenário de ambição mais reformista, a “renovação verde e digital do transporte rodoviário” por via de novos sistemas de propulsão (“células de combustível”) e da condução autónoma aliada ao 5G.
Aspeto sublinhado pelo documento para o setor dos transportes, no cenário de reformas de dimensão intermédias, é o “papel central do transporte rodoviário ao serviço do rápido crescimento do comércio eletrónico interno”.
Num cenário de mitigação e combate às alterações climáticas, a “redução do investimento em infraestruturas pesadas de transporte de passageiros de mais incerto re torno futuro e focalização do novo investimento ferroviário para uso interno” é um caminho previsto pelo Foresight Portugal 2030.